Números divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontaram São Sebastião do Paraíso como o segundo município com maior números de casos de dengue notificados no Sul de Minas (matéria nesta edição). Os dados oficiais mostram que nesta lista, liderando está Passos, com 3.500 casos, seguido de Paraíso com 1.777, Três Pontas com 1656 e Lavras com 613 casos. Conforme confirma a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez, os dados oficiais realmente são esses, mas o levantamento realizado pelo setor mostra um número acima do divulgado.
"Esse número é uma soma de todos os casos notificados até o momento, mas nessas últimas semanas não registramos nenhum caso positivo e, neste momento, iniciamos um plano de contingência, para deixar todo mundo alerta, com reuniões com equipes da área médica para alertar sobre a chegada do verão, esse calor intenso e chuvas. Nós nunca deixamos de promover essas ações, por conta do que passamos no início desse ano", conta.
O levantamento do índice de infestação do mosquito da dengue, o Lira, apontou uma redução significativa no número de focos, mas ainda é expressiva a quantidade encontrada. Esse levantamento, conforme aponta Daniela Cortez, revelou que no São Judas e Santa Tereza, regiões onde se concentrava o maior número de casos notificados, reduziram bastante; em contrapartida, outras regiões como Lagoinha, Mocoquinha e bairro próximos foi registrado aumento.
Outro fator que também tem preocupado é o número de focos de mosquito em construções. Conforme a coordenadora da Vigilância em Saúde, já foram observados focos no mosquito em latas e tambores que geralmente os pedreiros usam para lavar ferramentas usadas nas obras. "Não diminuímos nossas ações, vamos continuar com que estamos fazendo. Imagino que a partir de janeiro, realizaremos nossos mutirões aos sábados - hoje é realizado de segunda a sexta. Porém, por enquanto está tudo muito tranquilo, mas devemos ficar alerta", alerta.
Conforme Daniela Cortez, em lugares onde não se consegue eliminar os focos do mosquito, é onde mais tem aparecido como ferros-velhos, oficinas, borracharias entre outros pontos. "Nesses pontos, que chamamos de estratégicos, onde no mês passado pegamos um foco de mosquito, ao retornar nesse mês identificamos 20. Aumentou muito nessas últimas semanas", conta. A causa principal é o clima favorável dos últimos dias, com chuvas isoladas e muito calor e sol durante o dia.
POPULAÇÃO UNIDA
Conforme destaca a coordenadora da Vigilância em Saúde, é preciso que a população abrace a causa e também esteja disposta a combater o mosquito. "Tudo indica que o próximo ano será difícil se a população não ajudar. As pessoas precisam tirar ao menos cinco minutos do seu dia, ao menos uma vez na semana, para verificar se há possíveis criadouros do mosquito em suas casas. Às vezes, perdemos muito mais tempo que isso nas redes sociais e nem nos damos conta", completa.