O tempo é implacável. O tempo passa, o tempo voa e as coisas boas e ruins vão só ficando para trás. Não adianta ficar rebuscando, não tem volta. O que passou, passou, é passado. Algumas coisas podem até voltarem, mas nunca como dantes. Nunca voltarão do mesmo jeito.
O tempo é inclemente e tudo passará. Até meus velhos amigos, ou amigos velhos, já não me acompanham mais. Entretanto, é sintomático: o tempo é importante para acontecer história. É porque sem o tempo não há história. A história depende de que o tempo passe para se transformá-la, pois tudo que é presente, ainda não é história. Está vendo?
Por isso é que não se joga contra o tempo. Melhor mesmo é combinar o binômio tempo e história para prepararmos para fazer história. Eu penso que, quando gostamos de algo, sempre vale a pena ir em frente, fazendo ou não história. Santo Agostinho nos coloca uma questão interessante: "O que é o tempo? Se ninguém pergunta isso, eu não me pergunto, eu o sei; mas se alguém me pergunta e eu quero explicar, eu não sei mais".
Citando essa passagem, o historiador e filósofo francês François Dosse inicia o livro A História (2003). E ao longo do texto ele completa: "Se o passado não existe mais e o futuro ainda não é, como aprender o que pode ser o tempo?" O que é o tempo? Ou o que é história? Para mim, o tempo continua inexorável. O tempo é história. A história é tempo. Entendeu tudo, não é?
FERNANDO DE MIRANDA JORGE
Acadêmico Correspondente da APC
Jacuí/MG
E-mail: fmjor31@gmail.com