POLE POSITION

Resenha do Canadá

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 17-06-2017 08:06 | 1276
Foto: Reprodução

O GP do Canadá ficou para trás, mas foi um final de semana de momentos e disputas que merecem uma abordagem final. Por isso a coluna de hoje é uma análise bem ao estilo tópicos.
Lewis Hamilton segue quase que imbatível no Circuito Gilles Villeneuve, em 11 participações na prova, venceu pela 6ª vez. E afastou o fantasma dos pneus ultramacios que vinham lhe atormentando desde o GP da Rússia. Com a vitória, e o primeiro contratempo de Vettel que pela primeira vez ficou fora das duas primeiras posições, Hamilton tirou um peso dos ombros quando viu em Mônaco a vantagem de Vettel subir para 25 pontos. Agora está em 12 (141 a 129) ainda a favor do piloto da Ferrari.
Essa nova Fórmula 1 segue imprevisível, o que bom para o campeonato e o público agradece. Quem poderia imaginar depois dos treinos livres de sexta e sábado, que nenhum dos carros vermelhos fosse terminar no pódio em condições normais de corrida? Tudo bem que Vettel teve sua corrida comprometida com o toque que levou de Verstappen na largada, precisou fazer um pit stop extra para trocar o bico do carro e só terminou em 4º, depois de uma grande corrida de recuperação. Mas verdade seja dita, em nenhum momento da prova a Ferrari foi páreo para a Mercedes que devolveu, no Canadá, a dobradinha da Ferrari, em Mônaco.
Mesmo com um dos menores orçamentos da Fórmula 1, a Force India segue fazendo um campeonato de dar inveja. Se faltou um pouco de gás para terminar no pódio, não fosse a ‘desobediência’ de Sergio Pérez que se recusou inverter posições com Esteban Ocon para evitar o ataque de Vettel nas últimas voltas, a equipe poderia terminar com um de seus carros em 4º. Mas a gente vive condenando ordens de equipe, embora elas sempre existissem, então como criticar o comportamento do mexicano? A Force India vai se consolidando na 4ª posição no campeonato de Construtores e agora começo acreditar que as palavras do dono da equipe, Vijay Mallya, no lançamento do modelo VJM10, na pré-temporada, de que sonhava em brigar pelo 3º lugar entre os construtores, não foram tão fora de base como pareciam. A Red Bull, terceira colocada, tem o melhor conjunto, carro-piloto, e 41 pontos de vantagem para a equipe dos carros cor-de-rosa, mas é bom não subestima-los.
O GP do Canadá proporcionou momentos que farão essa corrida ser lembrada por muito tempo. A réplica do capacete de Ayrton Senna que Hamilton ganhou de presente, no sábado, por ter igualado as 65 pole positions do ídolo e não largou mais; a bandeira da Grã-Bretanha que ele desfilou em punho após a bandeirada, reeditando uma cena de Senna que nunca mais foi vista (e proibida) na Fórmula 1; a liberação de um vídeo do briefing dos pilotos com a direção de prova (sempre secreto); a retomada de uma tradição antiga do GP do Canadá, a “corrida de barcos” entre os membros de cada equipe na raia olímpica, atrás dos boxes do Circuito Gilles Villeneuve; Alonso no meio do público nas arquibancadas após mais um abandono por quebra de motor; e o “shoey” (beber champanhe na bota) de Daniel Ricciardo que desta vez foi provado pelo ator Patrick Stewart, personagem do “Professor Xavier”, de X-Men, que entrevistou os três primeiros colocados no pódio, são algumas ações que tem tornado a categoria mais humana, descontraída e que vai aos poucos se aproximando de seu público. Tudo isso é reflexo da filosofia adotada pelo Grupo Liberty Media, novos donos da Fórmula 1. Teve até Wi-Fi de graça nas arquibancadas. Muito disso jamais teria acontecido, ou permitido, no modelo Bernie Ecclestone de administrar o negócio.  




FIM DE LINHA 
O casamento McLaren-Honda está chegando ao fim e em breve deve sair o anúncio oficial do divórcio.




EM LE MANS
3min14s791. Com esse ‘temporal’, Kamui Kobayashi quebrou um recorde que durava desde 1985 e colocou a Toyota na pole position para a 85ª edição das 24 Horas de Le Mans. Serão 60 carros no grid e um recorde de 8 brasileiros inscritos: Rubens Barrichello, Tony Kanaan, Nelsinho Piquet, Daniel Serra, Pipo Derani, Fernando Rees, Bruno Senna e André Negrão. O canal Fox Sport fará extensa cobertura da maior prova de endurance do planeta com largada hoje, às 10h, e chegada amanhã, prevista para o mesmo horário.