O secretário municipal de Saúde de São Sebastião do Paraíso, Wandilson Bícego, reconheceu problemas existentes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de acordo com apontamento dos vereadores que visitaram o local na semana passada. Segundo os vereadores há falta de manutenção na Unidade.
O secretário explica sobre eles e fala de problemas estruturais também. Dentre as anotações que os vereadores encontraram estão falta de papel higiênico, papel toalha e sabão em nenhum dos banheiros da unidade. Também faltam copos descartáveis e lençóis para os leitos. A água que os funcionários consomem deve ser trazida de casa por eles, pois, na unidade não existe um bebedouro adequado.
“Sabemos que falta papel higiênico, copos descartáveis, sabonete, e que isso faz muita falta, mas o pouco de recurso que temos, concentramos em prioridade, que foi aquisição de medicamento, garantindo a vida do paciente. Hoje na UPA não falta remédio como vinha faltando”, explicou o secretário.
Para o presidente da Câmara, Marcelo Morais, além das faltas de material diverso, o que o paciente vem reclamado é da falta de humanização do atendimento. “Quando a equipe trabalhava no Pronto Socorro, apesar de o espaço físico estar precisando de reestruturação geral e profunda, havia maior acolhimento por parte dos funcionários aos pacientes.
O sistema de trabalho e o espaço físico da UPA acarretaram sobrecarga de trabalho a poucos servidores e o acolhimento foi deixado de lado. Houve uma ‘desumanização’ do atendimento”, apontou Marcelo.
Os vereadores também encontraram problemas sérios nas ambulâncias que atendem à Unidade. “As ambulâncias estão depreciadas, com pneus carecas, sem sirenes e suportes para fixação de macas, necessitando de manutenção em amortecedores, entre outros ajustes”, relatou o presidente da Câmara.
O secretário de Saúde, Wandilson, explicou: “Quando assumimos a gestão havia três ambulâncias quebradas no pátio, todas de 2013. Uma estava desmontada, porque na gestão passada tirava-se peças de uma para colocar em outra, por isso estavam se transformando em sucata. Vamos gastar uns R$ 60 mil para colocar as ambulâncias em condições e a reforma delas já está em andamento”.
GRAVIDADE
Atualmente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não é reconhecida assim pelo Ministério da Saúde, pois da forma como foi construída não atende ao modelo preconizado pelo órgão, portanto não recebe os recursos de manutenção de uma UPA, geralmente em torno de R$ 100 mil mensais. Wandilson disse que “a Unidade foi inaugurada cheia de falhas. Se chover lá fora molha dentro onde há muitas goteiras; há infiltrações e tivemos que refazer encanamento.
A Prefeitura já levou essa situação ao conhecimento do Ministério da Saúde. As instalações físicas são de uma UPA, porém é necessário que seja habilitada e qualificada. Para tanto, necessita possuir todos os equipamentos exigidos em lei, o que existe hoje no local são equipamentos adaptados. A estrutura física precisa estar adequada e não está. A sala de raio X, por exemplo, não foi construída de forma correta, não tem porta.
A instalação de energia foi ‘puxada’ de outro lugar, feito conhecido como ‘gato’. Fizemos a instalação do padrão e agora teremos que instalar o transformador”, informa o secretário.
“Já fomos a Brasília tentar conseguir os novos equipamentos para a UPA. O Ministério da Saúde queria que o município devolvesse os recursos que foram aplicados na construção da Unidade, na ordem de R$ 1,4 milhão, pois não foi feita a prestação de contas, mas conseguimos reverter isso”, salienta.
OUTROS
PROBLEMAS
“Nós estamos fazendo o nosso papel, que é fiscalizar. Tivemos denúncias e viemos ao local para averiguar a veracidade delas. Os usuários não reclamam de mau atendimento, descaso ou qualquer outra falta por parte dos funcionários da UPA, mas presenciamos pacientes aguardando em um ambiente extremamente quente, deitados em camas sem lençóis e os banheiros sem material de higiene e limpeza. Percebemos que falta pouco para que a população realmente tenha um serviço de qualidade, mas são materiais básicos que não poderiam faltar”, comenta o presidente da Câmara, Marcelo Morais.
O secretário respondeu que “devido à situação financeira que foi deixada pela gestão passada, estamos fazendo adaptações para oferecer melhor condições à população, mas a gente não consegue resolver todo esse cenário com pouco tempo de mandato. Precisamos de licitação que demanda tempo e temos o possível, porém paulatinamente”.
NAS UNIDADES
Na sexta-feira, (3/2), os vereadores visitaram duas Unidades de Saúde da Família, a do bairro São Sebastião e do bairro Vila Mariana. Assim que chegaram à porta da Unidade do São Sebastião encontraram um número grande caramujos africanos, espécie conhecida por seu grande tamanho.
Nas duas unidades, segundo os vereadores, há a mesma falta de materiais básicos de higiene pessoal, pois não os recebem há cerca de um mês, falta papel toalha para as mãos, sabonete e papel higiênico. Nas Unidades há falta de medicamentos comuns e muito usados.
Os usuários reclamam que a grande dificuldade é a marcação de consultas com especialistas. Há, por exemplo, paciente aguardando há oito meses marcação de consulta com neurologista. Tal dificuldade se repete com outras especialidades, como ortopedista e ginecologista. Ambas USFs possuem problemas estruturais. Essas visitas também foram de “surpresa” e o secretário Wandilson Bícego não tinha conhecimento de que iriam ser realizadas, porém ele já havia comentado anteriormente que “essas ações que os vereadores estão fazendo são muito importantes, pois estão conhecendo a realidade que foi deixada pela administração anterior, para que juntos busquemos uma alternativa. Queremos conhecer os relatórios quando eles finalizarem as visitas e juntos podermos trabalhar para o bem da comunidade”.
A visita contou com a presença dos vereadores Marcelo Morais, Vinício Scarano, Luiz de Paula, José Luiz das Graças, Lisandro José Monteiro, Paulo César de Souza e Sérgio Aparecido Gomes. Serginho não fez a visita às unidades, bem como Paulo César, que mandou representante. A ação foi motivada por denúncias que chegaram até o Legislativo Municipal por meio dos usuários da Unidade de Pronto Atendimento. Os vereadores foram acompanhados por uma enfermeira coordenadora do período noturno e percorreram todas as alas da UPA.