HORTICULTURA

Programa de Fomento

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 11-02-2017 00:00 | 1003
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O produtor rural de São Sebastião do Paraíso, Luiz Gustavo de Queiroz, tem feito vários investimentos no seu cultivo de hortaliças, trabalhando com a diversificação e introduzindo o plantio de legumes. A vida de tratorista ficou para traz e agora ser dono de seu negócio vem trazendo diversas conquistas em sua vida.



Há cerca de dois anos, Luiz iniciou o plantio de hortaliças em sua propriedade, por meio do programa da então Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (Sedeagro), o PFH (Programa de Fomento à Horticultura) e de lá para cá não parou mais.



Às terças-feiras, à noite, ele monta a sua barra na feira livre do Campão (Praça de Esportes “Irmãos Capatti” anteriormente denominada de Praça de Esportes “Monsenhor Mancini”). Aos domingos, sua produção vai para a feira livre da Vila Formosa e ainda vende para vários supermercados da cidade. “Mas, a maior parte da venda é para a merenda escolar das escolas municipais e estaduais, nosso ‘carro chefe’”, conta Luiz Gustavo.



Atualmente planta jiló, abobrinha, pepino, beterraba, couve-flor, repolho, brócolis, entre outros tantos legumes e verduras. “Fica mais difícil trabalhar com tanta variedade. Mas é preciso diversificar porque são variedades muito sazonais. Quando uma não está indo tão bem, outra variedade não deixa o rendimento financeiro cair. Se o produtor plantar só um tipo de cultura, quando o preço dela cair, terá prejuízo”, explica ele.



Luiz diz que um dos inconvenientes de seu negócio é ficar na dependência do clima. “Quando chove perdemos produção e dinheiro”, mas nem por isso ele se arrepende de ter deixado no passado sua profissão de tratorista.



“Estou empregando uma pessoa, forneço nota aos supermercados, recolho meu INSS, ou seja, estou tendo todos os cuidados com o meu negócio próprio. Quando trabalhamos como funcionários, ficamos mais tranquilos porque temos o salário garantido. Quando somos dono do negócio, temos que lidar com as variáveis, mas não estou arrependido, pois está sendo bem rentável”, conta o produtor.



Segundo Luiz Gustavo, essa guinada positiva na vida foi possível com o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Prefeitura, por meio do PFH. “Temos muita assistência desde o começo, inclusive na orientação com a burocracia contábil, com papelada; fornecimento de mudas, que são muito caras; divulgação; suporte para abertura de novos mercados; entre outras ações”, conta Luiz.



Com o rendimento do negócio, o produtor fez vários investimentos na propriedade, como aquisição de bomba d´água; implantou sistema de irrigação; adquiriu novo transporte e está otimista: “Temos muito ainda para investir e crescer, estou acreditando na atividade”, finalizou ele.



Há outros produtores de hortaliças dentro do programa PFH que também estão crescendo e obtendo sucesso com o comércio de hortaliças. É o caso de Cleiton Moreira Amâncio, que deixou de ser caminhoneiro para se dedicar à atividade e conta com a ajuda de sua mulher Suzana, que largou o emprego em uma fábrica.



O programa atualmente



Desde a implantação do Programa de Fomento à Horticul-tura (PFH) até hoje, varias mudanças foram acontecendo na maneira de trabalhar com os produtores rurais. Uma parceria entre o município e os produtores se formou, sendo uma evolução muito importante que aconteceu recentemente.



O município estava com dificuldades de adquirir sementes para formar as mudas de verduras e legumes, por causa das dificuldades financeiras que vem enfrentando. Os produtores que são cadastrados no programa, reconhecendo a importância disso na atividade, estão comprando as sementes. “Assim, estão valorizando ainda mais as mudas produzidas que a Prefeitura fornece os substra-tos; as fertirrigações; a mão de obra; a estrutura da estufa e acompanhamento de engenheiro agrônomo com programação de plantios. Os 48 produtores cadastrados no PFH passaram a ter maior responsabilidade com as mudas, agora de maneira direta participam da formação do custo, ainda com um valor final muito abaixo do que o praticado no mercado, o município por sua vez, usa os recursos financeiros com mais responsabilidade e economia”, informou o chefe do departamento municipal de Agricultura, Marco Aurélio Alves de Paula.



O PFH não atende a demanda total do produtor por mudas. O setor de Agricultura da Prefeitura incentiva que os produtores comprem ou produzam mais mudas, além da capacidade da estufa municipal.



Isto significa que houve desenvolvimento do setor, e ainda incentiva o aumento de plantio e consequentemente produção. São produzidas também alfaces, repolho, pimentão, brócolis, couve flor, jiló, almeirão, beterraba, berinjela, tomate e pimenta.



A produção é comercializada nas feiras livre; supermercados; CEAGESP de Ribeirão Preto; restaurantes e cantinas, entre outros e também abastecem a merenda escolar municipal e estadual. “Com base em preços médios do CEAGESP, somente as mudas produzidas na estufa municipal representam por ano uma injeção de cerca de R$ 5 milhões na economia do município”, informa o departamento municipal de Agricultura.



O chefe do departamento também valoriza a comercialização direta ao consumidor final, por meio das feiras livres. “Elas são um mercado interessante e muito importante para o setor de horticultura. Interessante por ser uma venda direta ao consumidor, com produtos colhidos nas horas próximas às vendas e importante para o produtor por ser uma venda à vista, que cobre as despesas do dia a dia para até investir em outros mercados consumidores”, pondera.



Para Marco Aurélio “cada produtor de ‘olerícolas’ (que são verduras e legumes, entre outras espécies) tem sua vocação, uns gostam de estar nas feiras, outros preferem fornecer para restaurantes e cantinas, outros levam direto aos Ceasas, outros somente vendem para merenda escolar. Porém, acreditamos que esta atividade terá um lugar de mais destaque quando os produtores se especializarem na cultura que sua propriedade tiver mais vocação, ou duas ou três culturas, (quiabo e jiló, por exemplo), conseguindo manter frequência na produção e qualidade nos produtos para classificar, embalar e até processar, a fim de valorizar ainda mais os produtos, aumentando renda e qualidade de vida”, valoriza o chefe do departamento.



 



Histórico



O PFH (Programa de Fomento a Horticultura) é um programa que consiste em produzir mudas de verduras e legumes e doar para produtores cadastrados na Prefeitura, especificamente, no departamento municipal de Agricultura.



A estufa de produção de mudas tem uma capacidade total de aproximadamente 300 mil mudas, onde são entregues semanalmente cerca de 70 mil mudas, dependendo das culturas plantadas, pois algumas delas têm um ciclo de formação rápida como a rúcula e outras mais lentas como o quiabo.



De acordo com a programação de plantio, toda semana têm mudas sendo plantadas, em desenvolvimento e prontas para plantar. As entregas das mudas acontecem nas segundas e terças-feiras.



O PFH foi lançado em outubro de 2013 e implantado em abril de 2014, surgiu para fomentar a atividade de horticultura em Paraíso. A semente deste programa foi plantada em meados de 2010 com o inicio das vendas de verduras e legumes para a merenda escolar, um contrato para entrega futura e preço fixado.



Em 2013, após pesquisas nos mercados consumidores locais verificando tanto a quantidade consumida quanto a origem da produção destes alimentos foi observada como oportunidade de negócio. Esta atividade foi escolhida para ser trabalhada porque o município tem forte tradição na cultura do café e na produção de leite, com característica de plantios adensados com grande número de plantas por hectares e ciclos de produção rápidos, o que permite ser trabalhado como atividade principal da propriedade ou secundária por ocupar pequenas áreas. 



 



Serviço



Atualmente há feiras livres às terças-feiras, no Campão (rua Professor Nixon), das 15h às 21h; quartas, na praça do Cristo Rei, das 7h às 12h; quintas, na praça dos Imigrantes, das 7h às 12h. Às sextas, tem na praça São José, das 7h às 12h e na praça do Cristo Rei, das 13h às 21h; sábados, em frente à Estação, das 7h às 13h e domingos na Vila Formosa, em frente à escola “Ana Cândida de Figueiredo”, das 7h às 13h.