Produtores de café estão questionando quais são os fatores que vêm mantendo os preços da saca de café em patamar aquém do esperado para o período. O valor da saca do arábica, tipo 6 duro, fechou na tarde de terça-feira, (7/3), em cotação de Guaxupé, a R$ 478. Em meados de fevereiro passado, esse valor foi de R$ 515 a saca e no início de dezembro do ano passado estava em R$ 580, com tendência de alta.
O especialista em café da empresa “Safras e Negócios”, Gilson A. de Souza, explicou que há alguns fatores influenciando a queda de preço da saca, com tendência para os próximos dois meses, segundo ele: O fim de inverno no hemisfério norte, quando acontece alta do consumo e os EUA – que são os maiores compradores de café brasileiro. Firmeza do real e de outras moedas dos países produtores. “Os próximos dois meses em teoria seria o período mais travado de movimentação do físico, considerando o déficit. O quadro fica ainda mais complicado para quem está vendido sem cobertura”.
Gilson apontou que as altas constantes do café na bolsa de valores de Nova York já não estão mais mantendo o ritmo e também há motivo para isso. “É devido ao aumento dos cafés certificados. Alguns cafés não estão encontrando destino, ou seja, houve redução na demanda, alterando a percepção dos comprados e compradores”, apontou o especialista.
Atualmente, os estoques europeus em quase 12 milhões de sacas e os americanos em mais de 6 milhões de sacas ancoram as altas dos preços. “Em maio começa a colheita de conillon (café robusta) no Brasil, e creio que a oferta continuará apertada, mas mesmo assim o mercado tem que ter um fato novo ou notícia nova para mudar os preços de forma acentuada, a tendência no curto prazo continua pressionada. O conselho é que o produtor analise, avalie melhor a diferença de preço entre as qualidades e se posicione, afinal, estamos a 90 dias da safra de arábica e 60 dias da safra de conillon”, alertou Gilson.