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História da imprensa paraisense – Parte 3
Por: Redação | Categoria: Arquivo | 15-03-2017 00:00 | 1318
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Luiz Carlos Pais 



 



Após o lançamento do jornal O Libertas, em 1911, a cronologia da imprensa em São Sebastião do Paraíso registra o início da trajetória da Tribuna do Sul, cujo primeiro número foi publicado em agosto de 1912, sob a direção de Oswaldo Lemos. O ingresso no seu segundo ano de publicação ficou registrado, para os anais da história da imprensa regional, em nota divulgada em O Pharol, de Parati, Estado do Rio de Janeiro, em 31 de agosto de 1913. A circulação desse semanário dirigido por Oswaldo Lemos consta no livro São Sebastião do Paraíso e sua História”, de Souza Soares (1945).



Dados biográficos pesquisados pelo professor Dr. Luiz Ferreira, divulgados na obra intitulada “São Sebastião do Paraíso: As Famílias” (1986), indicam que Oswaldo Lemos nasceu na cidade sergipana de Laranjeiras, em 1892 e faleceu, em 1934. Após estudar, certo tempo no Seminário São José de Pouso Alegre, Sul de Minas, onde adquiriu ampla cultura humanística e literária, fixou residência em Cássia, MG, onde exerceu o magistério particular. Em seguida, passou a residir em Paraíso, onde instalou uma escola de contabilidade, que teve curta duração, manteve um cinema e militou na imprensa, lançando a Tribuna do Sul. Sobre a trajetória desse periódico, o Almanaque Laemmert de 1914 divulgou que, naquele ano, estava circulando, além de O Libertas, dirigido por Souza Soares, a Tribuna do Sul, sob redação de “Arnaldo Lemos”.



Ainda na segunda década do século XX, além dos jornais acima comentados, vários outros circularam, sinalizando a ocorrência de uma importante fase de difusão inicial da imprensa local, que acompanhava o fluxo dos bons resultados da economia cafeeira. Em 1913, estava circulando “O Jornal”, que noticiou o falecimento do então deputado estadual José Luiz Campos do Amaral Junior, ocorrido em São Sebastião do Paraíso, matéria reproduzida em jornal de Parati, Rio de Janeiro, terra natal do referido homem público, se que se empenhou para a cidade ser contemplada com o seu primeiro Grupo Escolar. Na continuidade, em 1915 foi lançada a Revista Sul Mineira, sob direção do advogado e juiz municipal e professor Antônio Vilela de Castro, sendo essa, possivelmente, a primeira revista semanal da imprensa local.



Na mesma época, circularam o Correio do Sul, conforme consta no livro de Souza Soares (1945) e O Grito, sob direção de Celeste Bérgamo, conforme divulgado no Almanaque Laemmert de 1917. Sob a direção do então cônego José Philippe da Silveira, pároco da Igreja Matriz, foi lançado O Templo; assim como, em 1919, O Progresso, propriedade de João Ponte, sob a direção de Alfredo Branco, considerado exímio profissional na arte tipográfica. Ainda em 1919, foi publicado o Correio da Mocidade, sob direção de Napoleão Joele.



Esses registros mostram que a segunda década do século XX foi um momento áureo de difusão da imprensa em Paraíso, quando estavam em expansão as luzes locais da cultura e da educação escolar. O Ginásio Paraisense, sob a direção do professor norte-americano George Nixon, preparava as primeiras turmas para ingresso no ensino superior, o Curso Normal aumentava o número de professores primários para a cidade e região e três cinemas (Bijou, Paraisense e Brasil) eram frequentados pela sociedade paraisense.