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História da imprensa paraisense – Parte 4
Por: Redação | Categoria: Arquivo | 19-03-2017 00:00 | 1464
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Luiz Carlos Pais



Conforme mencionado em crônica anterior, entre os jornais impressos em São Sebastião do Paraíso, Sul de Minas, no final da década de 1910, estava O Templo, dirigido pelo então cônego José Philippe da Silveira, que tomou posse como pároco da Igreja Matriz da mesma cidade, em 26 de julho de 1914. Nascido em 23 de agosto de 1884, em Pouso Alegre, MG, José Philippe da Silveira fez o curso secundário e a formação sacerdotal na sua terra natal, onde estudou no Seminário de São José. Ordenado em 9 de julho de 1909, foi nomeado cônego catedrático na diocese local, em vista de sua ampla cultura teológica e filosófica. Atuou como auxiliar do bispo diocesano, Dom João Baptista Neri e professor de matérias humanistas no Seminário.



Permaneceu três anos como pároco de Guaranésia, cidade mineira próxima a São Sebastião do Paraíso, onde se empenhou para a inauguração da Santa Casa de Misericórdia e para criação de escolas elementares. Exerceu o sacerdócio a liderança da Igreja Católica em São Sebastião do Paraíso, durante 25 anos, até o seu falecimento, ocorrido em 25 de maio de 1939, vítima de infarto cardíaco, quando tinha 56 anos. Foi substituído pelo Monsenhor Jerônimo Madureira Mancini.



""Desde os tempos de sua formação sacerdotal, José Philippe da Silveira escrevia sobre tremas católicos em jornais da região. Assim que assumiu a paróquia de São Sebastião do Paraíso, continuou com esse exercício intelectual como colaborador da Gazeta de Poços, impressa na cidade de Poços de Caldas, sul de Minas, periódico que foi substituído por O Defensor. Conforme nota publicada no jornal A União, do Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1917, o cônego José Philippe da Silveira era um dos colaboradores do referido jornal de Poços de Caldas.



Cumpre observar que além de O Templo, anos depois, no início da década de 1930, o já então monsenhor José Phillipe da Silveira lançou outro jornal intitulado O Mensageiro, quando todo o País se agitou em decorrência da mudança nos rumos da política iniciada no contexto do movimento revolucionário liderado por Getúlio Vargas. Foi esse o momento em que o empresário e jornalista Roberto Scarano lançou, em 1933, A Época, semanário publicado por cerca de uma década, tendo exemplares do ano de 1942, divulgado em diversas cidades da região e de outros Estados.



Em 20 de dezembro de 1925, depois de uma década de serviços prestados à paróquia de Paraíso, como anunciou o jornal A Cruz, do Rio de Janeiro, o então cônego José Philippe da Silveira foi nomeado monsenhor, pelo Papa Pio XI. Nessa mesma época, Monsenhor Philippe exercia diferentes funções na parte de apoio administrativo ao bispo Dom Ranulfo da Silva Farias, da Diocese de Guaxupé. Uma de suas atribuições, por exemplo, consistia em participar de uma comissão encarregada de avaliar livros didáticos, literários e órgãos da imprensa, os quais eram indicados para uso como material pedagógico em escolas de orientação católica, conforme foi publicado no jornal A União, do Rio de Janeiro, de 25 de dezembro de 1925.