Vanderlei Alves Rodrigues, proprietário da Banca da Abadia, fez uso da tribuna na Câmara Municipal na segunda-feira (19/6), onde pediu que a Prefeitura se sensibilizasse em relação ao processo de licitação que está sendo promovido pelo município. Também pediu que fossem revistos os valores que estão sendo estipulados para cobrança no edital, que, segundo ele, podem forçar o seguimento a encerrar as atividades no município.
“Somos de acordo com o processo, estamos cientes da lei, de acordo com a regularização, mas acreditamos que o preço colocado encontra-se bem acima do mercado. Não sei quem fez a avaliação do preço estipulado para nós, mas acredito que não tem o conhecimento do nosso seguimento, que é diferenciado em relação aos outros. Temos a prova disto aqui em plenário porque estarmos ao vivo; o nosso seguimento está sendo engolido pela internet e nós vamos automaticamente sair do mercado, mas infelizmente, por falta de sensibilidade da administração, se permanecer o valor a ser cobrado, conforme estipulado no edital, estaremos encerrando nossas atividades”, disse.
“Se puder, e acredito que pode ser feito, ao invés de se realizar a modalidade de concorrência pública, poderia ser feito pregão, porque deste modo teremos a oportunidade de nos defender. O meu concorrente e amigo Estevan está há 55 anos no ramo e no envelope fechado ele corre o risco de perder o seu espaço por R$1 ou R$ 2 reais que seja. Gostaríamos de sensibiliza-los e estamos aqui para isso, junto com outros donos de quiosques e bancas de jornais, para que nos ajudem”. E completou: “Estamos muito agradecidos com o seu empenho” , disse, referindo-se ao presidente Marcelo Morais, “e gostaria que a administração também se sensibilizasse”, ressaltou.
Vanderlei citou a frase: “Para os amigos as benesses da lei e para os inimigos, o rigor da lei” e disse que, infelizmente, eles estão sentido o rigor da lei no sentido de não se lhes ser dado a oportunidade de permanecer onde construíram seus pontos de comercialização. “Trabalhar como eu trabalho não é fácil. Eu trabalho 11 horas por dia. Eu almoço no meu trabalho. Se chegar um aventureiro vai me tirar isso; não estou preocupado, eu sei fazer outras coisas, mas é desagradável. Por falta de sensibilidade da administração que não quer e não quis dialogar conosco e nos oferece a oportunidade de nos defendermos”, criticou.
O vereador Jerônimo Aparecido da Silva disse que falou com o prefeito Walker e que o prefeito iria determinar ao setor de licitação que se faça a reavaliação da modalidade. Jerominho também solicitou ao prefeito que fosse revisto o valor que foi estipulado para esses espaços. “A alegação é que foi feita a avaliação por três imobiliárias, mas com certeza iremos nos empenhar bastante para resolver esse problema dos senhores e que vocês possam permanecer nos seus locais de trabalho. O prefeito ainda me confirmou que não há nenhum interesse em prejudicá-lo e que torce para que todos permaneçam nos seus locais. Tivemos essa semana uma reunião com a promotora que alegou que a modalidade fica a cargo da Prefeitura, que diz que está fazendo tudo dentro da lei. Da forma que está, infelizmente, podem surgir muitos forasteiros que podem deixar os senhores que já estão aí há vários anos a ver navios”, ponderou o vereador.
O vereador Paulo César de Souza, o Tatuzinho, comentou que em reunião que aconteceu entre o prefeito e demais vereadores, ficou combinado que o valor que consta em processo de licitação seria analisado e também a possibilidade de revogação da modalidade. “Saímos satisfeitos dessa reunião e acredito que terá uma mudança, o prefeito ficou muito sensibilizado com o nosso pedido”, destacou. Vinício mencionou que o presidente da Casa deixou com o prefeito na última semana a cópia de uma licitação que já foi feita em Minas com a modalidade pregão. “Isso está na mão dele também e provavelmente pode ter uma retificação com relação a modalidade e alguns valores sem alterar a data da licitação”, disse.
Vanderlei pediu que os vereadores observassem que o seguimento junto a outros donos de bancas de jornais, é diferenciado. “Ele é diferente do seguimento alimentício, nós dependemos da comunicação. Hoje a internet engoliu nosso seguimento em 60%, então qualquer valor abusivo vai nos obrigar a parar porque é impossível eu tirar do bolso dinheiro para pagar um aluguel de um espaço de 10 m². É isso que eu não acho injusto. Em outras cidades, como Poços de Caldas, esse valor é praticamente irrisório. Nós estamos ali prestando um serviço para a sociedade. Falando por mim, eu não tenho preocupação em alguém dar um lance maior que o meu ficar com aquele espaço, porque eu sei que ele não vai sobreviver”, completou.
Nesta quarta-feira (21/6) o assunto que tem gerado reclamações pode ter uma solução. O prefeito Walker Américo se reúne às 9h com proprietários de bancas e quiosques, vereadores e servidores municipais que estão envolvido no processo de licitação.