Alma Aprendiz

Poemas para metamorfosear coisas da vida em belezas

Por: Heloisa Rocha Aguieiras | Categoria: Cultura | 28-02-2017 09:02 | 2177
Paraisense Shirley Stefani
Paraisense Shirley Stefani Foto: Heloisa R. Aguieiras

A paraisense Shirley Stefani alçou voos em outras paragens, mas agora retorna à terra natal para apresentar sua mais nova criação, o seu primeiro livro de poemas “Alma Aprendiz”.



A obra foi lançada pela Funpec – Editora de Ribeirão Preto, em 15 de dezembro de 2015, no Palace de Ribeirão. Ela diz que a escolha da editora foi por priorizar a qualidade, bem como no trabalho de revisão profissional, realizado por Márcio Lisboa.



O desenho da capa foi feito pela irmã da autora, Paula M.N.Stefani, inspirada nos versos da epígrafe do livro: “Saí do casulo, recriei a vida, aprendi a borboletear”.



O desenho da capa diz muito sobre a autora: “Representa uma metamorfose, que foi feita com muito carinho por minha irmã em um trabalho artesanal, e saiu exatamente como eu queria. É a transformação da lagarta em borboleta, a fragilidade do cipreste e a força do carvalho, que veio mais tarde”, conta Stefani.



Ribeirão foi a cidade que a autora adotou como sua para viver, para onde retornou em três ocasiões diferentes de sua vida e onde mora atualmente, mas já viveu em Batatais, Sorocaba e São Paulo.



O emprego aos 18 anos foi de escriturária, mas desde então tinha o sonho de cursar Letras, o que não foi possível à época. Foi bancária, prestou concurso e foi funcionária do Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, foi escrevente e oficiala de Justiça no Fórum da mesma cidade por oito anos. “Mas o sonho de fazer o curso de Letras estava dentro de mim, guardado, e quando me vi em condições para isso, fui fazê-lo. Como já era mãe na época e minha família precisava de minha atenção, exonerei-me do cargo no Judiciário, pois não conseguiria conciliar o papel de mãe, com o trabalho e mais a faculdade. Fui atrás de meu sonho e me formei em Letras”.



Assim, seguiu sua carreira profissional. No último ano de faculdade prestou concurso e ingressou na área de Educação. “Fui ser professora de inglês e português e me aposentei na esfera estadual. Sou muito realizada”.



Shirley diz que os poemas de seu livro representam sua trajetória. “Claro que não é algo fidedigno. Transportei algumas cenas de infância, recriei minha trajetória, existe uma grande parcela de uma vivência transformada em uma realidade que cada um interpreta como quiser”.



A realização da obra contou com apoio de amigos chegados, que formaram “uma equipe literária” e ganhou os agradecimentos da autora no livro: “Aos dedicados semeadores de Amor (com letra maiúscula mesmo) do meu caminho. Especiais – à família, às mestras Ely Vieitez Lisboa, Rosa Maria de Brito Cosenza e ao amigo Jugurta de Carvalho Lisboa”.



Aliás, foi a também escritora, acadêmica e autora de 13 livros publicados, além de colunista do Jornal do Sudoeste, Ely Vieitez Lisboa, que fez o prólogo do livro. “Shirley parece ter antenas especiais que captam as amarguras e belezas da vida”, disse a catedrática.



“Lançar o livro me deu muito medo, afinal ao publicar algo o autor se expõe e uma vez publicado transforma-se em um alvo das pessoas. Esses meus amigos me ampararam; também minha família, minha mãe e minhas filhas, a quem dedico o livro, Marina e Marisa. Sou muito grata a essas pessoas”, diz Shirley.



Agora, a autora quer divulgar o livro o máximo possível, trabalhar na distribuição dele, principalmente em Minas Gerais. “Quero fazer seu segundo lançamento em São Sebastião do Paraíso”.



A provável data é o dia 22 de março na sede da Academia Paraisense de Cultura (APC), onde Shirley participou de sodalício na noite de quarta-feira (15/02).



 



 



PARAÍSO SHIRLEY SREFANI



Quero ser a deusa dos seus dias



Passear pelos seus sonhos



Sentir sua pele na minha



Roçar em você de mansinho.



Quero ser a deusa dos seus dias



Penetrar na sua alma devagarinho



Sussurrar palavras de carinho



 



Acordar como flor sem espinho.