O Autódromo Internacional de Curitiba, um dos mais importantes do país, que sobreviveu às ameaças de virar empreendimento imobiliário – teve até corrida de despedida no ano passado, mas felizmente está são e salvo – foi escolhido para sediar a Corrida do Milhão da Stock Car, prova que acontece neste domingo, com largada às 10h30, com transmissão ao vivo pela TV Globo. O Jornal do Sudoeste está na capital paranaense em mais uma cobertura in loco da principal categoria do automobilismo brasileiro.
Esta será a 9ª edição da ‘Corrida do Milhão’ que foi disputada pela primeira vez no Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, pista que não teve a mesma sorte da de Curitiba e foi cruelmente destruído para a construção do Parque Olímpico que hoje praticamente não serve pra mais nada, e a prefeitura fluminense nem sabe o que faz com aquilo e tampouco como mantê-lo.
O vencedor da primeira edição, em 2008, foi o paraibano Valdeno Brito. Em 2009 a prova não foi realizada, mas voltou com força em 2010 e se manteve até 2013, em Interlagos. Ricardo Mauricio venceu em 2010 e Thiago Camilo faturou em 2011 e 2012. Em 2013 foi a vez de Ricardo Zonta. Em 2014 a prova foi para Goiânia e deu Rubens Barrichello. Thiago Camilo voltou a triunfar em 2015, também na capital do estado de Goiás. O piloto do carro 21 é o único a vencer a prova mais de uma vez.
De volta a Interlagos, em 2016, Felipe Fraga, atual campeão da Stock Car, levou o polpudo cheque de R$ 1 milhão.
A Stock Car vive um grande momento em 2017. As mudanças de regulamento que igualou as duas provas das etapas disputadas no formato de rodadas duplas, em 40 minutos cada, mais uma volta, com reabastecimento obrigatório em ambas, trouxeram equilíbrio maior e a imprevisibilidade na categoria.
Num grid de 30 carros é fácil apontar pelo menos 15 pilotos com chances de vitória a cada corrida. Tanto é verdade que nas quatro etapas disputadas até aqui, num total de oito corridas, foram 8 vencedores diferentes.
O líder do campeonato, Thiago Camilo, que este ano trocou de equipe e reencontrou o caminho da vitória no time comandado por Andreas Matheis, é o único até aqui a pontuar em todas as corridas e soma 128 pontos.
O vice-líder, Daniel Serra, (113 pontos) é um nome forte para entrar para a lista dos vencedores da Corrida do Milão. E ele vem embalado pela brilhante vitória nas 24 Horas de Le Mans, em sua classe, LMGTE-Pro, com a Aston Martin. Tem mais: é um piloto que sempre anda bem na pista de Curitiba, e já venceu aqui quatro vezes.
A Corrida do Milhão tem regras distintas das demais provas do campeonato. É um tiro curto de apenas 40 minutos mais uma volta, com pit stop obrigatório entre as voltas 15 e 20 para reabastecimento e troca de pelo menos dois pneus, sendo que só depois de o reabastecimento realizado é que os mecânicos poderão trocar os pneus.
Apesar de o automobilismo sofrer no mundo inteiro com a recessão econômica – e por aqui não é diferente –, a Stock Car reúne a cada corrida um grid de 30 carros, o que é digno de aplausos. Para se ter uma ideia, o Campeonato Alemão de Turismo (DTM), um dos melhores do segmento, que conta com apoio maciço de Mercedes, BMW e Audi, enxugou o grid este ano de 24 para 18 carros. E se por um lado a Stock não tem a mesma tecnologia de ponta do DTM, por outro não fica devendo nada em termos de nível de pilotos e qualidade de disputas.
A Stock Car está seguramente entre os cinco melhores campeonatos de carros de turismo do mundo, algo digno de aplausos a categoria que está completando 38 anos de existência.