EXPRESSO CAFÉ COM LEITE

Deputado debate reativação de ramal ferroviário na região

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Política | 04-07-2017 08:07 | 2477
Estação de trem da Mogiana foi transformada  em Casa da Cultura em São Sebastião do Paraíso
Estação de trem da Mogiana foi transformada em Casa da Cultura em São Sebastião do Paraíso Foto: Divulgação

O Deputado Federal Renato Andrade esteve no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) quando se reuniu com o engenheiro Marcelo Almeida Pinheiro Chagas, coordenador geral de obras ferroviárias, e o seu assessor João Batista Carvalho. Eles conversaram sobre a reativação do ramal ferroviário que liga Serrana-SP passa por São Sebastião do Paraíso e vai até a Passos. Proposta neste sentido vem sendo defendida pela Associação Ferroviária de São Paulo e de Minas Gerais que sonha em resgatar o projeto denominado “Expresso Café com Leite”.
Em 2013, Renato Andrade já acreditava que Passos e região poderiam capitalizar recursos para este fim junto ao governo federal. “Há quatros anos já tínhamos esta ideia, e com a recente aprovação da Medida Provisória 752 que abre espaço jurídico para trabalharmos em cima da viabilidade econômica”, aponta. Outro viés destacado pelo parlamentar refere-se ao potencial turístico da região. “Logicamente, mostramos o potencial da região, seja pela produção de açúcar da Usina que é exportado, assim como os grãos, milho, soja e até mesmo o café, já que muitos produtores enfrentam problemas com roubos da produção, o armazenamento e a distribuição ferroviária pode trazer mais segurança e agilidade na exportação. Ainda temos a produção de cimento, da mineração”, destaca o deputado.
O parlamentar chegou a fazer indicação de recursos para esta finalidade, acreditando no projeto que beneficiaria toda a região. “Há quatro anos fizemos a indicação de uma verba de R$ 100 mil para a elaboração do projeto de reativação da linha férrea em Passos, para a construção de um Terminal Intermodal de Cargas”, relembra. Renato aponta que o assunto não ficou esquecido e que agora continua sendo tratado como uma demanda importante da região. “Este é mais um passo importante para a reativação desse ramal ferroviário, o próximo passo é oficializar essa demanda, e acredito que esse grande sonho pode ser tornar realidade não só pela vontade política, como também pelo o potencial da nossa região do Sudoeste de Minas”, reforça Renato Andrade.




O PROJETO
Representantes da Associação Ferroviária de São Paulo e de Minas Gerais continuam sonhando e trabalhando com a pretensão de reativar a antiga estrada de ferro construída pelos barões do café no século passado. A promessa era de que o trem turístico, que vai passar por São Sebastião do Paraíso (MG), começasse a operar ainda no final do ano passado, mas ainda não foi possível. 
A associação obteve a concessão da estrada de ferro em 2015 e luta para conseguir parcerias com empresas privadas e recursos com o governo federal e prefeituras para executar o projeto denominado “Expresso Café com Leite”.
Em uma análise preliminar referente a quase 178 quilômetros de extensão do ramal, no trajeto entre São Paulo Minas, apenas 44 estavam preservados. De acordo com representantes da associação, para restaurar toda a estrada de ferro no trecho entre Serrana (SP) e Itaú de Minas (MG) seriam necessários recursos na ordem de R$ 8 milhões. 
Dos cerca de 178 quilômetros do trajeto, entre Minas e São Paulo, somente cerca de 44 estão preservados. Em muitos locais, os trilhos estão tomados pelo mato. Segundo o presidente da associação, para restaurar toda a estrada de ferro, que vai de Serrania (SP) até Itaú de Minas (MG), serão necessários em torno de R$ 8 milhões. Ainda no ano passado o município de São Sebastião do Paraíso confirmou que apoia a iniciativa, mas em função da situação financeira a cidade não consegue apoiar o projeto através da realização de aporte financeiro. 
A associação afirma que possui três locomotivas e dois carros de passageiros à disposição para serem reformados. A estrada de ferro São Paulo/Minas funcionou de 1911 a 1992. Mais de 80 anos de história e momentos que ficaram guardados na memória de quem costumava passar por ela. Por volta de 1978 os trens de passageiros deixaram de circular pela região. Por quase uma década seguinte a movimentação era feita somente com os trens de carga, principalmente no transporte de café, cimento, cal e outros produtos oriundos de Itaú de Minas.