A Fórmula 1 volta a Baku, capital do Azerbaijão pela segunda vez. Ano passado o evento foi denominado GP da Europa e agora passa oficialmente a se chamar GP do Azerbaijão, 8ª etapa do Mundial.
Será uma prova de fogo para Lewis Hamilton e a Mercedes depois de no Canadá ter ficado a impressão de que os problemas de temperatura com os pneus mais macios, enfrentados na Rússia, e em Mônaco, terem sido solucionados.
No Canadá foram usados os mesmos tipos de compostos, médios (amarelo), supermacios (vermelho) e os ultramacios (roxo) – os dois últimos, da gama dos mais macios da Pirelli, vinham sendo o calcanhar de Aquiles do carro nº 44, e lá Hamilton cravou a pole position, com direito a quebra de recorde do Circuito Gilles Villeneuve, e venceu a corria de ponta a ponta, sendo também o autor da melhor volta da prova. Foi o 4º grand chelem da carreira de Hamilton, que é quando o piloto faz a pole, lidera todas as voltas e ainda crava a volta mais rápida da corrida.
A Pirelli disponibilizou para o GP do Azerbaijão os compostos médios (branco), macios e os supermacios, daí a expectativa sobre o desempenho do vice-líder do campeonato se, realmente, os problemas com os compostos mais macios foram resolvidos, ou se no Canadá, pista que tem o asfalto com as mesmas características da Rússia e de Mônaco, foi apenas uma questão de Hamilton ser quase imbatível no Circuito Gilles Villeneuve.
E não é só para Hamilton que o GP do Azerbaijão será prova de fogo. Sebastian Vettel, líder do campeonato com 12 pontos de vantagem para o rival (141 a 129), também vem cercado de expectativas já que no Canadá, apesar do contratempo que enfrentou com o toque de Max Verstappen, na largada, que o obrigou a fazer um pit stop extra para troca da asa dianteira, a outra Ferrari, de Raikkonen, em nenhum momento foi ameaça para a Mercedes.
O Circuito de rua de Baku é uma das pistas mais perigosa e desafiadora do campeonato com algumas curvas feitas de pé embaixo, um longo trecho de aceleração plena que no ano passado Valtteri Bottas, então na Williams, registrou incríveis 378,0 km/h, recorde de velocidade jamais alcançado por um carro de Fórmula 1, e tudo isso numa pista com áreas de escape praticamente inexistentes. Como escrevi na coluna depois da corrida de 2016, “os 6.003 metros é o mais extenso e veloz circuito de rua do mundo, com velocidades assustadoras para uma pista urbana de escassas áreas de escape. E pra quem não lembrava que Fórmula 1 tem marcha à ré, ela nunca foi tão usada num GP”.
Nico Rosberg venceu com facilidade a prova de estreia enquanto Hamilton bateu no treino, largou em 10º e enfrentou um perrengue na corrida em que levou 15 voltas para solucionar um problema nos botões do volante que fazia com que seu carro perdesse potência. A Federação Internacional de Automobilismo havia proibido qualquer tipo de ajuda dos engenheiros pelo rádio, e Hamilton, desesperado, insistia por ajuda. Lewis terminou apenas em 5º uma corrida em que Vettel, longe de ter o carro competitivo deste ano, chegou em 2º e Sergio Pérez (ele mesmo, que quinze dias atrás se recusou trocar de posição com o companheiro de equipe, no Canadá) conquistou um brilhante 3º lugar.
Tudo isso tem que ser levado em conta neste final de semana já que se trata de uma pista que ainda reserva muitos segredos para pilotos e engenheiros.
ATENÇÃO AOS HORÁRIOS
Amanhã tem MotoGP, em Assen, na Holanda, com largada às 8h, uma hora mais cedo que o habitual para não coincidir com o GP do Azerbaijão, às 10h.
REVÉS DA TOYOTA, VITÓRIA DA PORSCHE
A favorita Toyota sofreu novo revés nas 24 Horas de Le Mans e viu a Porsche triunfar pela 19ª vez na prova. Os 8 brasileiros que largaram, receberam a bandeirada, com destaque para a inédita dobradinha na classe LMGTE-Pro, com Daniel Serra em 1º e Pipo Derani em 2º. Pena que o carro pilotado por Nelsinho Piquet, 3º no geral com um carro da classe LMP2, tenha sido desclassificado por uma irregularidade na carenagem.