A Fórmula 1 corre neste final de semana a 9ª etapa do Mundial, na Áustria, mas ainda com os acontecimentos do GP do Azerbaijão à flor da pele. É hora do acerto de contas.
A polêmica batida acidental de Sebastian Vettel na traseira de Lewis Hamilton, e a revidada proposital do alemão na sequência, achando que o adversário havia brecado de propósito para atrapalhá-lo, foi parar na Place de La Concorde, 8, em Paris, sede da Federação Internacional de Automobilismo. Mas lá, como cá, fizeram apenas um teatro para que o alemão não fosse punido além dos 10 segundos de stop and go (ficar parado nos boxes) que recebeu ainda na corrida, numa clara “deixa” que os comissários da corrida passada encontraram para aplicar-lhe a pena no exato instante em que Hamilton teve que fazer um pit stop extra para recolocar o protetor lateral do cockpit de seu carro.
Vettel que disse aos quatro cantos depois da corrida que não fez nada de errado e jogava a culpa em Hamilton de frear propositalmente, mudou o discurso, assumiu a culpa pelo ocorrido e pediu desculpas. E pra não dizer que não levou nenhum puxão de orelhas, Vettel terá apenas que prestar serviços comunitários nas horas vagas com palestras educativas para jovens pilotos das categorias de base.
Se para a FIA o caso está encerrado, para Hamilton não. Falando os jornalistas na quinta-feira, Lewis disse “o importante é que Sebastian deixe claro para as pessoas que eu não freei para ele bater. Ainda que tenha se desculpado, ele não deixou claro para o público que isso não aconteceu”.
A cordialidade entre os dois na disputa pelo título deu lugar à rivalidade. Hamilton não quer papo com Vettel, e vai ser interessante observar o comportamento dos dois no GP da Áustria, não só pelo ocorrido, como também pelo campeonato. A Mercedes que vinha sofrendo com os pneus mais macios da Pirelli, parece ter resolvido o problema e emplacou uma vitória esmagadora no Canadá e só não venceu da mesma forma nas ruas de Baku porque Hamilton enfrentou o problema bizarro com a proteção lateral do cockpit de seu carro que ameaçava se soltar.
Vettel lidera o campeonato de pilotos com 14 pontos de vantagem para Hamilton (153 a 139), e a Mercedes o de construtores com 24 pontos a mais que a Ferrari (250 a 226).
Outra briga que merece atenção é a dos pilotos da Force India, Sergio Pérez e Esteban Ocon. No Canadá Pérez se recusou obedecer a uma ordem de equipe para dar passagem ao companheiro de equipe que dispunha de mais velocidade e condições melhores de pneus para lutar pelo pódio e ambos acabaram sendo ultrapassados por Vettel. No Azerbaijão os dois se encontraram pelo caminho e o saldo foi ainda pior para a Force India que não só deixou de marcar pontos, como, principalmente, lutar por uma vitória que seria inédita já que os contratempos de Ferrari e Mercedes abriram caminho para a vitória improvável de Daniel Ricciardo, da Red Bull, que poderia ter sido da mesma forma improvável de Felipe Massa que enfrentou problemas de suspensão, e até mesmo da Force India.
Este será o 30º GP da Áustria. Foi lá, em 2002, que a Ferrari protagonizou a famosa marmelada digna de toda vaia e repúdio do público quando Rubens Barrichello discutiu até o último instante com a equipe, pelo rádio, mas acabou sendo obrigado a entregar a vitória para Michael Schumacher, na linha de chegada.
Desde a introdução dos motores híbridos na Fórmula 1, em 2014, chamados tecnicamente de “unidades de potência”, que só dá Mercedes na casa da Red Bull. Nos dois primeiros anos a vitória foi do hoje aposentado, Nico Rosberg. Ano passado deu Hamilton, que curiosamente é o único dos pilotos em atividade que já venceu no Circuito Red Bull Ring, já que o GP da Áustria ficou fora do calendário entre 2004 e 2013.
QUE GRANDE MOMENTO
Daniel Serra venceu a Corrida do Milhão, ratificou o bom momento da carreira, e a Stock Car comemorou sua popularidade com a participação de 170 mil fãs que votaram nos seus pilotos preferidos na estreia do ‘Hero Push’, uma injeção extra de potência no motor que os seis mais votados ganharam para usar durante a corrida. Um tiro certeiro da categoria.