Com o desenvolvimento de São Sebastião do Paraíso, também aumentou o ritmo e o barulho proporcionado por veículos automotores que até então eram característicos de grandes centros urbanos. Tal movimentação pode ser prejudicial a saúde mental, tendo em vista que Paraíso, até pouco tempo, era considerada uma cidade pacata e ideal para se fugir da movimentação de outras cidades.
Conforme destaca a psicóloga Patrícia Chicaroni, podemos perceber um aumento significativo dos carros, motos e outros meios de locomoção no município, o que ajudou muito na rotina acelerada de uma nova era de muitas informações, trabalho que fazem parte da rotina acelerada das famílias modernas.
“Todos esses fatores são causadores de estresse, inclusive os sons. A Poluição sonora é um dos agravantes do estresse da modernidade, e não poderia deixar de existir em cidades em crescimento como nossa São Sebastião do Paraíso. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) , o limite tolerável do ouvido humano é de 65 decibéis, acima disso pode causar estresse e possíveis doenças”, alerta.
A especialista ainda afirma que durante as 24 horas do dia, a poluição sonora põe em risco a saúde física e mental da população das grandes cidades. ”Em casa, na rua ou no trabalho, a poluição sonora pode causar desde males passageiros, como estresse, insônia e irritação, até estragos permanentes, como infarto, hipertensão e AVC (acidente vascular cerebral). Pode parecer alarmista, e é. Poluição sonora mata, segundo o neurofisiologista Fernando Pimentel Souza, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)”.
“Nos aspectos emocionais, podemos perceber um aumento significativo das pessoas irritadas, sem paciência, descontando raivas e mágoas no trânsito, podendo levar até a acidentes de trânsito. Sintomas como: agitação psicomotora, pensamento acelerado, insônia e transtornos alimentares são muito comuns, podendo agravar com o surgimento das doenças psicossomáticas, como as cefaleia, gastrites, dores musculares entre outras”, acrescenta Patrícia.
Infelizmente, a psicóloga comenta que há pouco a ser feito contra a poluição sonora. “Isso porque as proteções pessoais são ineficientes (protetores de orelha) ou extremamente caras (isolamento acústico), que ainda não fazem parte da nossa realidade, com exceção das construções, fábricas e máquinas agrícolas. Dizem que o pior é buscar refúgio nos aparelhinhos MP3”, previne.
“O ideal é ouvir em um limite seguro, ou seja, em que ainda seja possível ouvir o som ambiente”, Na dúvida, não pense duas vezes: feche os vidros, ligue o ar e relaxe se estiver preso no trânsito, como isso não é muito comum ainda em nossa cidade, então procure um tempo para si próprio todos os dias para relaxar, é uma dica fácil, sem custo e rápida. Respiração com os olhos fechados e alguns minutinhos de silêncio por dia não são importantes só para a audição, mas também para a saúde física e emocional”, completa.