FIM DA ESCOLA

Possibilidade do fim da Escola Estadual Mariana Marques levanta polêmica na Câmara

Vereador Marcelo Morais disse que, se for o caso, entrará na justiça para que isso não aconteça
Por: João Oliveira | Categoria: Educação | 28-02-2017 10:02 | 1971
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O vereador e presidente da Câmara Municipal em São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais, comentou em sessão realizada na segunda-feira (20/2), sobre o possível fim da Escola Estadual Mariana Marques. O vereador demonstrou preocupação com situação e defendeu que as escolas de ensino regular não têm estrutura a capacidade técnica para atender alunos portadores de necessidades especiais. Ele adiantou à reportagem do Jornal do Sudoeste que ser for necessário, entrará na justiça contra o Estado, para impedir que isso aconteça.



 



A possibilidade de ser o fim da escola no município foi confirmada pelo diretor da 35ª Superintendência Regional de Ensino, Alipio Mumic Filho, que alegou que a proposta de inclusão do aluno portador de necessidades especiais é uma discussão que já perdura há mais de 15 anos, é um movimento mundial. “A Mariana Marques não foge desse movimento, aos pouco seus alunos têm sido incluídos na rede regular de ensino e provavelmente este ano será as duas últimas turmas, assim como está acontecendo em Monte Santo de Minas e em outros lugares também”, elucida.



 



Segundo o diretor, isso acontece em detrimento da proposta de incluir o aluno ao ensino regular. “Já foi comprovado: o aluno que é incluído na escola regular, claro que com toda a assistência necessária e professores de apoio, ele se torna mais participante e se desenvolve melhor. Há, inclusive, a questão do relacionamento social, porque por mais dificuldade que o aluno tenha, ele percebe a ação dos outros e esta é justamente o objetivo da inclusão: enquanto o aluno está na escola especializada ele fica confinado entre os iguais, ao passo que a interação faz com que ele perceber outras maneiras de desenvolvimento”, defende o professor.



 



Para Marcelo Morais, a discussão da inclusão do aluno portador de necessidades especiais, mesmo sendo uma discussão antiga, o que ele tem percebido é que se tem se tomado decisões sobre algumas prestações de serviços, e quem precisa desses serviços “estão sendo jogado de lado, à margem da inclusão”. “É muito fácil falar sobre inclusão e fechar uma escola da capacidade técnica que a Mariana Marque possui, mas não dar alternativa aos pais que devem ser ouvidos sobre esta questão”, comenta.



 



De acordo com o vereador, pais de alunos têm procurado os vereadores relatando que a escola regular não tem atendido seus filhos da forma que eles necessitam. “A sensação nossa, principalmente daqueles ligados à sala de aula, é que o governo quer fazer uma socialização desses alunos, o que é justo, porém, isso deve ser diferenciado da inclusão. Não se tem condições de se fazer a inclusão de um aluno que possuiu uma deficiência, sendo que só a Escola Marina Marque tem condições de atender”, defende Marcelo.



 



O vereador avalia que ao fechar as escolas especializa-das seria “dar um tiro no pé”. “Nós respeitamos as decisões do Governo, mas eu não posso concordar e ver uma escola preparada, com estrutura adequada e história prestada para a sociedade, ser fechada pelo simples debate de uma inclusão, que na verdade é uma socialização. A inclusão é muito além do debate que está sendo discutido”, ressalta o vereador.



 



Marcelo diz que entrará na justiça para garantir que a escola não seja fechada e que os alunos portadores de necessidades especiais não fiquem sem a assistência que, segundo defende, só é oferecido pela Escola Estadual Mariana Marques. Segundo informações, atualmente a escola não tem mais realizado matrículas e as que têm ocorrido são mediante decisão judicial. “Diante desse quadro, e tendo percebido que a própria justiça, em alguns casos, tem demandado à escola judicialmente, eu entrarei na justiça para que a escola não seja fechada”, completa Marcelo.