GATOS

Cemig combate “gatos” em Paraíso e região

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 28-07-2017 09:07 | 1232
Trabalho de combate às ligações clandestinas ocorre em conjunto com ação preventiva em vários municípios da região
Trabalho de combate às ligações clandestinas ocorre em conjunto com ação preventiva em vários municípios da região Foto: Divulgação

A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) está realizando em toda a região uma ação de combate a ligações irregulares e clandestinas. Segundo a empresa as fraudes em medidores causam prejuízo anual de R$ 300 milhões à companhia. Além de São Sebastião do Paraíso o trabalho de conscientização acontece em outros 15 municípios do Sul de Minas além de outras cidades de sua área de concessão. 
De janeiro a meados de julho deste ano, a companhia inspecionou 41.089 unidades consumidoras com suspeitas de irregularidades. Os técnicos inspecionam cerca de 25 medidores de consumo de energia e quando encontram alguma evidência de fraude os equipamentos suspeitos são retirados e levados para perícia técnica no laboratório da companhia. Além disso, são feitos cortes por inadimplência. Desde o segundo semestre do ano passado, a Cemig intensificou o combate às ligações irregulares e realiza, a cada 15 dias, mutirões para minimizar o prejuízo anual de aproximadamente R$ 300 milhões com furto de energia.
Além de Paraíso, este trabalho também acontece em cidades da região como São Tomás de Aquino, Capetinga, Cássia, Pratápolis, Itaú de Minas, Passos, Delfinópolis, Ibiraci, Claraval, São João Batista do Glória, São José da Barra, Delta, Conquista e Sacramento, entre outras localidades. 
De acordo com gerente de Gestão e Controle da Medição e das Perdas Comerciais da Cemig, Marco Antônio de Almeida, as ligações irregulares acontecem em todos os setores da sociedade. “A prática permeia todas as classes sociais. É uma questão de cultura e estamos combatendo isso. O prejuízo é rateado entre a Cemig Distribuição e todos os consumidores adimplentes, diminuindo os ganhos da distribuidora e encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta”, afirma.
Ainda segundo o gerente da Cemig, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na área de concessão da Cemig. Por isso, a companhia investe em operações e possui, ainda, um centro de inteligência que acompanha o consumo em tempo real de todos os seus clientes. “Acompanhamos o consumo dos mais de 8 milhões de clientes e, além de fazer a rotina diária de inspeções através dessas avaliações de consumo, fazemos inspeções rotineiras e mutirões em todos o estado. Temos encontrado muitas irregularidades e, ao corrigi-las, conseguimos preservar a receita da companhia”, destaca.
Além disso, a Cemig utiliza softwares de inteligência para seleção de alvos e o monitoramento à distância do consumo de grandes clientes. Por meio do Centro Integrado de Medição (CIM), é possível identificar instantaneamente qualquer anomalia no padrão de consumo de energia desses grandes clientes – aproximadamente 13 mil, que representam cerca de 45% do faturamento da Cemig – e enviar equipes de campo para regularização das fraudes.




PRÁTICA É CRIMINOSA
Caso seja confirmada a irregularidade pela Cemig, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, incluindo a obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa. “Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes e danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pelo consumo irregular”, diz o gerente. “Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, completa Marco Antônio de Almeida.
As ligações irregulares e clandestinas representam a segunda maior causa de mortes com eletricidade no Brasil, atrás apenas de acidentes fatais na construção civil e manutenção predial. O risco de acidentes decorre da falta de padronização e de proteção adequada das ligações ilegais, que muitas vezes deixam os cabos de energia expostos. A população pode denunciar, de forma anônima, irregularidades pelo telefone 116.

Ação tem por objetivo identificar e  remover ligações clandestinas de energia