Animais, assim como os seres humanos, podem apresentar crises comportamentais sérias, podendo até mesmo necessitarem de tratamento com medicamentos específicos.
Alguns animais, por motivos diversos, apresentam sinais de Doença Comportamental Depressiva. O motivo pode ser a mudança de ambiente, a perda de um outro animal companheiro ou de uma pessoa da casa, uma viagem da família ou até mesmo a perda de um brinquedo ao qual ele se apegava muito. Para alguns pode parecer "brincadeira" (irão pensar: "só me faltava essa!!"), mas isso realmente pode ocorrer.
Se o animal apresenta desânimo, falta de apetite e apatia, se ele recusa passeios e brincadeiras, o melhor a fazer é levar o bichinho à uma Clínica Veterinária para que ele possa ser examinado. Através da anamnese (história clínica), o Médico-veterinário investiga com o proprietário se o problema é físico ou se há possíveis fatores que possam desencadear um quadro depressivo no animal.
Mas cuidado, pois esses sinais também podem ser de origem física, logo, todas as possibilidades de outras doenças devem ser eliminadas (inclusive através de exames laboratoriais), e encontrando-se presente fatores emocionais ou ambientais conhecidamente capazes de desencadear problemas psicológicos, o proprietário é, então, orientado sobre as atitudes à serem tomadas.
Um sintoma singular que sinaliza a angústia desses animais é o ato de se lamber insistentemente (sem que haja nenhum problema dermatológico infeccioso ou alérgico). É um comportamento compulsivo, muito característico daqueles animais que passam a grande parte do dia completamente sozinhos, sem ter com quem interagir. Porém, esse sinal isolado, sozinho, não representa um distúrbio psicológico. Para isso, uma série de sinais deve ser analisada.
Muitas pesquisas ainda precisam ser feitas para decifrar o que realmente ocorre com o cérebro desses animais "melancólicos". Mas sabe-se que alguns tipos de tratamento surtem um bom efeito, aumentando os níveis de serotonina (neurotransmissor responsável pelo humor) no cérebro desses animais.
Os tratamentos são variados, podendo ser com Alopatia (drogas antidepressivas, por exemplo) ou com Homeopatia. Mas uma coisa é consenso entre Médicos-veterinários: a companhia dos donos, o carinho e o estreitamento do contato entre ambos, animal e família, é a principal receita para a completa recuperação desses bichinhos.
*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS
– médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
*Consultor Técnico do Site www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)