POLE POSITION

Prova de fogo

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 29-07-2017 13:07 | 1083
GP da Hungria será prova de fogo para a Ferrari que não vence desde maio, em Mônaco
GP da Hungria será prova de fogo para a Ferrari que não vence desde maio, em Mônaco Foto: Getty Images

A Ferrari tem um desafio enorme neste final de semana: Vencer o GP da Hungria e manter Sebastian Vettel na liderança do campeonato. 
Depois da corrida passada, em Silverstone, a diferença do alemão para Lewis Hamilton despencou de 20 para apenas 1 ponto (177 a 176) e passou a ser ameaçado também por Valtteri Bottas (154), piloto que mais pontuou do GP do Canadá para cá, quando o diretor técnico da Mercedes, James Allison, introduziu um novo pacote de mudanças aerodinâmicas em seus carros que parece ter resolvido os problemas de temperatura e desgastes dos pneus mais macios que vinham afetando principalmente o carro de Hamilton.
Mas não é só na Mercedes que a Ferrari tem que ficar de olho na Hungria. Se tem uma pista em que a Red Bull pode incomodar as duas equipes é o Circuito de Hungaroring onde a defasagem de potência dos motores Renault para os Mercedes e Ferrari conta menos. Os 4.381 metros da pista húngara, com 14 curvas e de difícil ultrapassagem, favorece a Ferrari por ter o chassi com a distância entre-eixos menor que o da Mercedes, o que faz com que Vettel e Raikkonen tenham melhor desempenho no contorno de curvas de baixa velocidade. Resta ver na prática o quanto isso pode ser considerado vantagem diante da notável evolução da Mercedes nas últimas corridas, a também do que a Red Bull pode fazer.  
A verdade é que enquanto a Mercedes cresceu, a Ferrari deixou de evoluir e ainda passou a ser vigiada pelos comissários da Federação Internacional de Automobilismo, a partir do GP da Áustria, por infringir o regulamento usando um assoalho que flexionava nas proximidades dos pneus traseiros, fazendo com que o ar fluísse de forma a gerar maior pressão aerodinâmica. E não é só: A FIA proibiu a equipe de usar óleo lubrificante como combustível para resfriar a câmera de combustão, o que também é proibido pelo regulamento.
Dito isto, o treino classificatório de hoje, às 9h, ganha enorme importância na disputa pelas primeiras posições do grid por se tratar de uma pista de difícil ultrapassagem. E Hamilton pode fazer história. Se cravar a pole position, ele iguala o recorde de Michael Schumacher (68)! 
Hamilton é o maior vencedor do GP da Hungria, com cinco vitórias: 2007/09/12/13/16. Vettel tem apenas uma vitória, em 2015, com a Ferrari. Nos últimos três anos foram três vencedores de equipes diferentes em Hungaroring, e em nenhum deles o vencedor largou da pole: Daniel Ricciardo com a Red Bull, em 2014, saiu da 4ª posição do grid; Sebastian Vettel com a Ferrari, em 2015, partiu da 3ª posição, e Lewis Hamilton com a Mercedes, no ano passado, saiu da 2ª posição.
Por outro lado, o GP da Hungria tem uma estatística nada boa para Vettel, Hamilton ou Bottas: desde 2005 que o vencedor da corrida não conquista o campeonato.
Esta é a 32ª que a Hungria recebe a Fórmula 1. A estreia foi em 1986, prova que ficou marcada pela clássica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna, até hoje considerada uma das mais fantásticas da história da categoria. A corrida de amanhã abre a segunda metade do campeonato. Depois vão faltar nove provas, mas antes haverá a tradicional pausa para as férias de verão na Europa.




DE OLHO EM KUBICA
A Fórmula 1 vai estar de olho em Robert Kubica nos testes que as equipes farão, lá mesmo, na Hungria, na próxima semana. O polonês será peça chave no mercado de pilotos caso se sinta apto a voltar à categoria, afastado desde o início de 2011 quando sofreu grave acidente numa prova de rali, na Itália, e que deixou sérias sequelas no braço e mão direita. Kubica já realizou duas baterias de testes com o modelo 2012, da Renault, e pela primeira vez irá testar com o carro deste ano. Se for bem (e torço por isso), ele deverá formar dupla com Nico Hulkenberg, em 2018 na equipe francesa. Mas há quem diz que ele pode voltar já na próxima corrida, na Bélgica, no lugar de Jolyon Palmer.