GILBERTO AMARAL

Gilberto Amaral

Por: Gilberto Amaral | Categoria: Brasil | 01-08-2017 21:08 | 1679
Foto: Reprodução

NADA FORA DA CONSTITUIÇÃO
O comandante do Exército afirma que papel das Forças Armadas é garantir a democracia



O comandante do Exército, general de Exército Eduardo Villas Bôas (foto), diz que não há caminho a não ser o respeito à Constituição para que se resolva a crise política do país. “Nada fora da Constituição. As instituições é que vão ter de buscar essa saída”. Sentado em um sofá em seu gabinete no quartel-general do Exército, em Brasília, tendo à frente um grande quadro do Duque de Caxias, do coronel pintor Estigarribia, o general recebeu o repórter João Domingos, do jornal O Estado de S. Paulo, e falou do papel das Forças Armadas no atual momento, da preocupação com a falta de líderes e da esperança de que a próxima eleição os traga de volta, com base em novos campos de pensamento que possam nos apontar soluções.
O papel do Exército e das Forças Armadas. “O Exército é uma instituição de Estado. Não é ligado a governos. Por consequência, nós, o Exército, estabelecemos como doutrina, e como eixo de atuação, que vamos nos preocupar com a manutenção da estabilidade, não criar nem provocar movimentos que gerem alguma incerteza e alguma instabilidade. Entendemos que o essencial é que as instituições encontrem os caminhos para a solução dos problemas, em nome da sociedade. Diz o artigo 142 da Constituição que Marinha, Exército e Aeronáutica são instituições nacionais permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob coordenação do presidente da República, destinadas à defesa da Pátria, à defesa das instituições e, por iniciativa de uma delas, à garantia da lei e da ordem. Nosso dever é sempre preservar a democracia e garantir o funcionamento das instituições. É assim que a sociedade nos vê, o que nos torna a instituição de maior credibilidade no País. Não focamos o curto prazo. Focamos o longo prazo, acontinuidade.”
Preocupação com a crise. “Assim como atravessamos o impeachment da presidente Dilma Rousseff, estamos enfrentando esse momento. É lógico que, como qualquer instituição, sofremos as injunções decorrentes da crise. Nos preocupam as consequências de caráter econômico que podem afetar, em termos de orçamento, os nossos projetos. Essa é a questão que mais nos preocupa.”



O Brasil atual
“Tenho dito que o Brasil é um país sem projeto, um país à deriva, não de agora, mas de algum tempo – quero esclarecer, porque disse em outra entrevista e interpretaram como uma crítica minha ao atual governo. O Brasil perdeu a coesão social, perdeu o sentido de projeto e a ideologia do desenvolvimento. O país está muito preso ainda a dogmas políticos e ideológicos que não têm capacidade de interpretar o mundo atual, um mundo totalmente interligado, com cadeias econômicas transnacionais. Interpretações com base ainda em luta de classes não cabem, porque patrão e empregado não estão mais em campos opostos, mas no mesmo campo. Veja que um marca-passo que a pessoa coloca é monitorado da Alemanha; uma turbina de avião, quando o avião decola, é monitorada do Reino Unido. Essas xenofobias, esses fracionamentos, são contraproducentes, nos aprisionam e nos impedem de evoluir”.



Eleições de 2018
“Tenho esperança de que a próxima eleição dê oportunidade de que novas lideranças, com base em novos campos de pensamento, possam nos apontar soluções. Um grande mal que acho que nós estamos vivendo é a falta de lideranças. Toda nação, quando em crise, vê surgir líderes com estofo para apontar caminhos novos. Nós tivemos, por exemplo, Margareth Thatcher no Reino Unido, Ronald Reagan nos Estados Unidos, quando os Estados Unidos entravam numa crise séria, o Emmanuel Macron, agora, na França, que teve capacidade de interpretar a realidade e apontar um novo caminho. Acredito que é um processo natural que deve acontecer conosco. É a esperança que tenho em 2018.”



Endividados
O percentual de famílias endividas aumentou em julho de 2017, atingindo 57,1% das famílias ante 56,4% em junho. No mesmo período do ano passado, a proporção estava ainda maior, em 57,7%. O cartão de crédito foi apontado como uma das principais formas de dívida (76,8%), seguido por carnês (15,4%) e por crédito pessoal (11%). Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).



Agosto e o desgosto
Na boca do povo o próximo mês, agosto, é o mês do desgosto, da ventania e de cachorro louco. O que se aproxima vai ser pior do que tudo que falei. A política vai ferver. Logo no começo do mês, dia 2, acontecerá no plenário da Câmara, a votação a favor ou contra Temer. Quem viver verá.



Filhos com açúcar
Rosa e Marlênio José Ferreira Oliveira felizes com a chegada das netas para curtir as férias na Corte. Ana Júlia e Izabella, filhas de Marcus e Paula, nasceram e residem em Salt Lake, nos EUA. Elas se juntam a brasiliense Elena, também neta do casal e filha de Rogério e Erika. A diversão vai até 14 de agosto.



 



Raice



Guerra do Vinho
Paris e Madri querem acabar com os litígios comerciais entre os dois países; o que deu origem às ações violentas na região Languedoc-Roussillon, onde viticultores franceses atacaram caminhões contendo vinho espanhol vendido, na França, mais barato. Os ministros da Agricultura dos dois países estabeleceram uma comissão conjunta, baseada na Comissão de Frutas e Legumes, de há vinte anos atrás, que ajudou a suavizar as relações entre os dois países.



Afronta diplomática
Para o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, “a política da America First não pode significar Europe Last”. O bloco europeu está preocupado com as sanções americanas contra a Rússia, justificadas pela suposta interferência russa na campanha presidencial dos USA, pela anexação da Crimeia e pelas ingerências na política interna da Ucrânia. As medidas contra Putin podem penalizar os interesses econômicos, sobretudo energéticos, europeus. Medidas de retaliação contra os USA, conforme as regras da OMC podem ser tomadas pela UE.



Star Macron
Com popularidade em queda, o presidente francês, Emmanuel Macron, recebe pop-stars como Bono (U2) e Rihanna. Bem na semana quando o governo anuncia redução de 5 euros por mês nas alocações sociais, os dois cantores buscam ajuda financeira da França para financiamentos de projetos contra à pobreza e em prol da educação.

Floriano Martins de Sá Neto - path
General Eduardo Villas Bôas