CRÔNICA - Joel Cintra Borges

Medo de quê?

Por: Joel Cintra Borges | Categoria: Cultura | 14-08-2017 08:08 | 1131
Foto: Reprodução

Esta bonita crônica faz parte do livro: “Histórias para aquecer o coração”, selecionadas por Jack Canfield e Mark Victor Hansen. Tomei a liberdade de publicá-la, no lugar de meu modesto escrito semanal, por causa de sua doçura e porque ela realmente aquece nosso coração! 
David L. Weaterford 




 




O medo era meu companheiro constante. Eu vivia com medo de perder o que tinha ou de não conseguir o que queria ter.
E se meus cabelos caírem?
E se eu não conseguir comprar a casa que eu quero?
E se eu engordar, ficar flácido e deixar de ser atraente?
E se eu tiver uma deficiência física e não puder jogar bola com meu filho?
E se eu ficar velho, frágil, e não tiver nada a oferecer aos que me rodeiam?
Mas, a vida ensina a quem quer aprender, e hoje eu sei:
Se meus cabelos caírem, vou ser o careca mais simpático e agradecer pelas ideias que a minha cabeça produzir, apesar da falta de cabelo.
Não é a casa que faz alguém feliz. Um coração infeliz não se sente melhor em nenhuma casa. Mas um coração em paz torna qualquer casa feliz.
Se eu dedicar mais tempo a me desenvolver emocional, mental e espiritualmente, em vez de me preocupar com o físico, vou me sentir cada vez mais atraente.
Se uma deficiência física me impedir de ensinar meu filho a encestar uma bola, vai me sobrar tempo para ensiná-lo a resolver os problemas da vida, o que é um aprendizado muito mais útil.
E se a idade for me roubando as forças, a agilidade mental e a resistência física, posso oferecer aos que conviverem comigo a força das minhas convicções, a profundidade do meu amor e a solidez espiritual de uma alma cuidadosamente esculpida pelas arestas de uma longa vida.
Se o destino me trouxer perdas e desilusões, vou enfrentar o desafio com dignidade e determinação. Porque são muitas as dádivas de Deus, e posso substituir cada dádiva perdida por outras dez que eu nunca perceberia se a vida fosse sempre um mar de rosas.
Quando eu não puder mais dançar, vou cantar com alegria. Quando não tiver mais forças para cantar, vou ouvir as músicas de que mais gosto. Quando minha respiração for apenas um leve sopro, vou pensar nos meus entes queridos e meu coração vai se aquecer de amor. E quando a luz mais brilhante se aproximar, vou rezar em silêncio e entrar nela.
Então terá chegado a hora de ir ao encontro do Senhor. E vou ter medo de quê?