Dia dos Pais

Homenagem ao meu querido pai, Julio Ricci e a todos os pais do Universo

Por: Redação | Categoria: Cultura | 12-08-2017 09:08 | 1853
Foto: Reprodução

Quando nasce uma criança, nasce também um pai, e, no aconchego de seus fortes braços ele sente-se o mais feliz da terra, e, a sua criança, abre os olhinhos, enxerga no seu pai o “super-homem”. É a entrega de dois seres, aquele que espera, e, o esperado com tanto amor e ternura.
A aliança está feita para o resto da vida. O filho pode estar a quilômetros e mais quilômetros, mas não se esquece do sorriso de seu pai. Assim também como pai nunca se esquece do dia maravilhoso que o filho olhando com ternura lhe diz: “Papai”.
A paternidade é uma obra de Deus. Agradeça todos os dias estas bênçãos e que seus filhos também se sintam agradecidos e abençoados. 
Também serão lembrados com muito carinho os pais adotivos, que abriram seus braços e corações para agasalhar, cuidar e dar muito amor ao filho do próximo. 
Porque hoje, infelizmente, as crianças estão ficando órfãos de pais vivos, o tempo tem se incumbido desta transformação. Pais adotivos, grande são os seus corações. Feliz da criança que veio para seus braços.
Agora quero falar um pouquinho com meu pai, Julio Ricci. Pai, faço-lhe esta singela homenagem pelo seu dia. Faço-lhe com lágrimas nos olhos, pois tenho muita saudade do senhor, meu pai. Hoje vivo em sua companhia apenas pelas lindas lembranças que o senhor na sua simplicidade deixou para seus filhos. Até o seu tom de voz, que trago até hoje nos meus ouvidos, eram de aconselhamento e carinho e a gente entendia perfeitamente.
Na nossa casa nunca teve muros nem cercas, nem divisão. Nós éramos uma constelação familiar. 
Meu pai, hoje e sempre procuro em meu lar reprisar o que foi o nosso trabalho com as mesmas ferramentas que nos ensinou. A paz, harmonia e amor.
Sua presença foi e é sempre de luz e bálsamo para todos nós, pois, às vezes a memória torna-se um fardo pesado, pois lembramos das coisas que nos faziam felizes, e não voltam mais.
Lembro-me, como se fosse hoje, enquanto mamãe lavava as louças do jantar, papai de mãos dadas comigo e meu irmão Ezio; só éramos nós, depois mais dois irmãos vieram enriquecer os nosso lar: Fábio e Rodolfo.
Assim, segurando em minha mão e de meu irmão Ezio, íamos dar uma volta no “campinho” perto de casa, como chamávamos um terreno baldio cheio de flores nativas ou do campo. Meu pai, com muita paciência colhia muitas flores. Se não me falha a memória, chamavam-se “maravilha”, de todas as cores e também mescladas. Papai ia fazendo um cordão entrelaçando-as pelos caules, uma sobre as outras. Dizia que estava fazendo uma guirlanda para mim. Terminada, ele colocava na minha cabecinha e dizia: Minha filha, você está parecendo uma princesa, e eu, na minha inocência de criança, acreditava piamente ser verdade. 
Imagine só, quantos sonhos eu sonhei com essas guirlandas de flores do campo.
Outra lembrança que recordo nitidamente eram as festividades de Nossa Senhora da Abadia. Eu e meu irmão íamos com papai à tradicional festa do mês de agosto. A nossa ida era logicamente a fim de papai arrematar os lindos cartuchos coloridos cheios de docinhos. Quando enfim, chegavam nas nossas mãos, quanta alegria. O meu era rosa, e de irmão, era azul claro. Parecia até que estávamos carregando um troféu. Tudo era festa para nós.
A vida é uma sequência de momentos, momentos passados que não podemos perder no espaço. Há líderes políticos, mas também há líderes do coração; são todos os pais que sabem liderar seus filhos, suas famílias. Ser pai é ter o dom da vida.
Meu pai, estou lhe enviando um ramalhete de flores do campo, salpicadas com algumas maravilhas para o senhor lembrar-se de sua princesa, sua filha Ada. 
Suas bênçãos, beijos de seus filhos, Rodolfo, Fabio e Ada. Ezio deve estar ao seu lado. 
Desejo também a todos os pais do Universo, principalmente de Paraíso, toda felicidade do mundo. Muita saúde, paz, alegria, harmonia e todas as outras virtudes. Que sejam abençoados e protegidos.
Esta crônica não tem rebuscos literários, apenas um coração que fala.
ADA RICCI RAMOS