Felipe Massa “é feito do mesmo material dos campeões mundiais”. O autor da frase é o conceituado diretor-técnico da Williams, Paddy Lowe, que não cansa de elogiar o trabalho do brasileiro e a importância que sua experiência trás para a equipe.
Enquanto a Fórmula 1 curte as férias de verão na Europa, o mercado de pilotos segue em banho-maria, mas logo começará a se movimentar. E bem antes disso Massa já disse que não vê motivos para não estar na categoria em 2017. No que depender apenas dele, e da Williams, o contrato será estendido até o ano que vem. Nessa mesma época, no ano passado, a situação era diferente, e hoje Massa só está na Fórmula 1 porque em dezembro, Nico Rosberg resolveu se aposentar assim que conquistou o título, e a Mercedes foi buscar Valtteri Bottas, na Williams, para preencher a vaga do campeão.
Massa já havia se despedido, a contragosto, diga-se, quando recebeu o convite para voltar no lugar do finlandês. E apesar dos problemas que tem enfrentado com um carro pouco competitivo, que não lhe permitiu somar mais que 23 pontos em onze corridas, Massa se sente feliz com o trabalho que vem realizando e com a contribuição que tem dado para o desenvolvimento do jovem Lance Stroll, de 18 anos, que depois de um começo complicado, vai pegando o jeito da Fórmula 1. “Tenho feito muito mais para o Stroll do que recebi do Schumacher”, falou Massa, comparando os tempos em que foi aprendiz do alemão que tratava Felipe como “meu irmãozinho”, nos tempos de Ferrari.
Mas a continuidade de Massa na Williams vai depender dos rumos que o mercado de pilotos tomar. Há uma série de interesses por trás e quem pode atrapalhar o negócio é Toto Wolff, chefe da Mercedes, que busca uma equipe melhor que a Sauber para colocar Pascal Wehrlein, que ao lado de Esteban Ocon, da Force India, fazem parte da academia de jovens pilotos da Mercedes.
A Williams está correndo neste ano com motores Mercedes de graça, como parte do acordo da liberação de Bottas, uma economia de cerca de 24 milhões de euros, e pode ganhar um belo desconto, ou até mesmo outra temporada com motores “na faixa”, se trocar Massa por Wehrlein, já que o compromisso com Stroll rende muito dinheiro para a equipe. E isso faz com que a situação de Felipe não esteja confortável para o ano que vem.
No GP da Hungria Massa teve um mal-estar depois dos treinos de sexta-feira e ficou de fora da corrida. Foi a primeira vez desde o GP de San Marino, de 1982, que o Brasil ficou sem um representante no grid, uma experiência que pode virar realidade por tempo indeterminado, a partir de 2017, já que não há nenhum outro piloto nas categorias de base pronto para chegar a curto médio prazo.
Menos mal que o torcedor brasileiro também passou a ver a Fórmula 1 com outros olhos. Uma recente enquete feita pela amiga Julianne Cerasoli, do UOL, apontou que 88,8% dos leitores do seu blog especializado em Fórmula 1, não depende da presença de piloto brasileiro para acompanhar a categoria. Um bom sinal, comprovado pelos índices de audiência que a Globo manteve mesmo com a ausência de Massa na Hungria. Afinal, uma disputa interessante como essa entre Vettel e Hamilton – Ferrari versus Mercedes –, o torcedor compreendeu que a Fórmula 1 é muito mais, com ou sem pilotos brasileiros.
LONGA SECA
O Brasil vive a maior seca de vitórias na Fórmula 1 desde que Emerson Fittipaldi venceu o GP dos Estados Unidos de 1970. A última foi com Rubens Barrichello, na Itália, em 2009. A última de Massa foi bem antes, em Interlagos, 2008, com a Ferrari.
“Feliz dia dos pais, e aqui vai
um abraço carinhoso ao meu herói,
meu amigo, meu ídolo, meu pai”!