POLE POSITION

Tendência da moda na Fórmula 1

Por: Redação | Categoria: Esporte | 28-02-2017 04:02 | 1229
O novo Renault RS17 com a
O novo Renault RS17 com a "barbatana de tubarão" Foto: Divulgação







por SERGIO MAGALHÃES




A semana foi e continuará agitada até amanha com as apresentações dos novos carros para esta temporada. Começou com a Sauber na segunda-feira (20) a mostrar o C36 equipado com motor Ferrari de 2016 e desde já candidata a andar nas últimas posições pela defasagem de potência.




Depois foi a vez do RS17 da Renault com objetivos ainda modestos de lutar pelo 5º lugar, mas já preparando o terreno para tentar vencer o campeonato dentro de três anos. Na sequência, a Force India, quarta colocada no ano passado mesmo dispondo de um dos menores orçamentos da Fórmula 1, uma proeza para a equipe pequena que sonha grande em um dia estar no top 3, lançou o VJM10. 




A Mercedes que fez barba, cabelo e bigode nos últimos três anos, virou alvo do novo regulamento que tem o objetivo de mudar a relação de forças, ou pelo menos tornar a disputa pelas vitórias mais equilibrada. O W08 de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas foi apresentado na quinta-feira. 




Ontem foi a vez da Ferrari que tenta espantar a crise que ronda Maranello lançar o SF70H, carro de Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen. Apesar de contar com o reformulado corpo-técnico, pouco experiente para assinar um projeto com as dimensões do novo regulamento, a Ferrari trouxe vários incrementos aerodinâmicos. Simultaneamente, a McLaren que não vence uma corrida desde 2012 e também passa por reestruturação com a demissão de Ron Dennis, homem forte que foi o responsável pelo sucesso da equipe desde que se tornou dono da organização no início dos anos 80, lançou o MCL32 e pelo menos acertou a mão na pintura laranja e preto nos carros que serão pilotados por Fernando Alonso e o novato Stoffel Vandoorne.




Hoje é a vez da Williams apresentar, de fato, o FW40 que ela antecipou de surpresa as primeiras imagens computadorizadas no dia 17. Felipe Massa será o único brasileiro no grid deste ano e terá o novato canadense, Lance Stroll, de 18 anos, como companheiro de equipe. E amanhã, Red Bull, candidata a desbancar, ou pelo menos incomodar a Mercedes, além de Toro Rosso e Haas fecham o ciclo das apresentações com todas já se preparando para colocar seus carros no Circuito da Catalunha, em Barcelona, nesta segunda-feira de carnaval para a primeira de duas baterias de quatro dias de testes de pré-temporada.




Como fã de automobilismo, confesso que fiquei um pouco desapontado com o visual dos carros que vi até agora. Não se trata de saudosismo, mas o fato de eu acompanhar a Fórmula 1 desde a época em que a categoria produziu os mais belos carros de todos os tempos, entre os anos 70 e 90, vibrei quando a Federação Internacional de Automobilismo anunciou o novo pacote de mudanças para este ano com os carros e pneus mais largos, a asa traseira maior e mais baixa e motores mais potentes. Imaginei que eles fossem causar grande impacto. Mas embora obedeçam a critérios do regulamento, o design não foge dos padrões estéticos de anos anteriores.




Porém, é preciso respeitar duas máximas da Fórmula 1: A primeira, imortalizada pelo comendador Enzo Ferrari de que "carro bonito é o que ganha corridas". A segunda, que os projetistas trabalham no limite do regulamento, atentos ao que é e o que não é permitido, e eles estão pouco preocupados se o carro será bonito ou não. O que importa é atingir seus objetivos de produzir carros velozes, resistentes e eficientes.




Embora a maioria dos carros deva estar diferentes na abertura do campeonato, daqui 30 dias, na Austrália, em relação aos que estão sendo apresentados, o que mais me chamou atenção foi a volta da "barbatana de tubarão", uma extensão da carenagem do motor até as proximidades da asa traseira.




Elas foram muito utilizadas entre 2008 e 2011. Depois saíram de cena. Sua função é melhorar o direcionamento do ar para a asa traseira (agora mais baixa) principalmente em curvas e quando ele vem "sujo", causado pela turbulência do carro que vai a frente, além de ter o efeito de vela quando o carro escorrega de traseira e a barbatana ajuda a consertar a trajetória.




O fato é que o aparato aerodinâmico voltou a ser tendência da moda na Fórmula 1 e divide opiniões como no passado quanto a estética dos carros.