Em torno do século X a.C., o rei Salomão, filho de Davi, construiu um grande templo, que ficou conhecido como Templo de Jerusalém, ou Templo de Salomão, para abrigar a Arca da Aliança, símbolo da aliança entre Deus e o povo judeu.
Como os judeus sempre foram muito dados às práticas religiosas, esse templo era o centro, não apenas religioso, mas também político e social do país. Quatro séculos mais tarde, no entanto, no ano 587 a.C., ele foi destruído pelos babilônios, época em que a Arca da Aliança desapareceu.
Reconstruído posteriormente por Herodes, o Grande, essa segunda construção durou também quatrocentos anos, sendo destruída pelas legiões do imperador romano Tito, no ano 70 de nossa era, durante a Grande Revolta Judaica.
Da suntuosa construção, que não deixava de ser o Templo de Salomão, só restou uma grande muralha de pedra, de uns dez metros de altura por mais ou menos oitenta de comprimento, que é conhecida por "Muro das Lamentações", por causa do grande número de judeus que ali vão chorar a perda do templo e a dispersão do seu povo pelo mundo (movimento esse que recebeu o nome de Diáspora, palavra que quer dizer dispersão).
É interessante observar não apenas adultos, mas também crianças, com as cabeças encostadas ao muro, fazendo um murmúrio como se fosse realmente um choro. É indispensável nessas horas o uso do "solidéu", que é uma pequena touca no alto da cabeça, como símbolo de que "sempre existe algo acima de nós". Mesmo os turistas que ali vão recebem solidéus de papel, para que não se aproximem do muro sagrado com a cabeça descoberta.
É costume antigo, também, colocar pedidos escritos a Deus, entre as frestas das pedras. Foi observado que as rogativas dos judeus são, na maior parte: pela volta do seu povo, disperso pelo mundo, para Israel; pela vinda do Messias prometido por Deus (eles não consideram Jesus como "o enviado", assim, em todos esses anos, não deixaram de esperar) e, finalmente, pela reconstrução de seu templo.