POLE POSITION

Última das românticas

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 26-08-2017 07:09 | 912
Olho no olho, Vettel e Hamilton  retomam disputa pelo título na Bélgica
Olho no olho, Vettel e Hamilton retomam disputa pelo título na Bélgica Foto: AFP

Por mais que tenha passado por mudanças ao longo dos anos com o aumento de áreas de escape em curvas que já foram muito mais perigosas no passado, o Circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica, ainda é uma pista onde se respira automobilismo na sua mais pura essência. É uma das únicas, senão a última das pistas do calendário que preserva ares dos tempos românticos da Fórmula 1. Spa-Francorchamps é patrimônio da história da categoria desde o seu surgimento, em 1950. 
O bordão é antigo, mas não há como evitá-lo quando chega o GP da Bélgica, que “Spa-Francorchamps é a pista preferida de dez entre dez pilotos” pelas suas características, com 20 curvas de baixa, média e alta velocidade, retas longas e curtas, subidas e descidas, e a famosa curva Eau Rouge que, se já não mete medo como antigamente, ainda é desafiadora. E com as novas especificações dos carros e pneus deste ano, mais largos, e gerando mais pressão aerodinâmica, criou enorme expectativa nos pilotos em buscar o limite numa pista desafiadora como essa.
Depois de quase um mês de férias, a disputa pelo título entre Vettel e Hamilton retoma neste final de semana com o GP da Bélgica e prossegue no próximo com o GP da Itália, em Monza, duas pistas velozes que na teoria tende a favorecer os carros da Mercedes, primeiro pela maior distância ‘entre-eixos’ do modelo W08 Hybrid, de Hamilton e Bottas, e segundo porque desde o GP do Canadá, em junho, o diretor técnico da Mercedes, James Allison, conseguiu solucionar uma deficiência dos seus carros em trabalhar na faixa ideal de temperatura dos pneus supermacios e ultramacios, principalmente no carro de Hamilton. E são esses mesmos compostos, além dos macios, que a Pirelli levou para a Bélgica. Em Monza serão os médios, macios e supermacios.
Mas isso é apenas um fato, não uma certeza. Tanto que o chefe da Mercedes, Toto Wolff, descartou qualquer favoritismo de sua equipe porque ele conhece a velocidade com que as coisas mudam na Fórmula 1, e ninguém sabe o quanto a Ferrari pode ter evoluído durante as férias. E apesar de contar com um motor menos potente que os Mercedes e Ferrari, a Red Bull que deu sinais de evolução na Hungria, também não pode ser descartada, pelo menos na Bélgica.
A vitória de Vettel na Hungria amenizou os prejuízos que ele teve na Áustria e Inglaterra quando a vantagem de 20 pontos que tinha para Hamilton despencou para apenas um, e agora voltou a subir para 14 (202 a 188).
Restam 9 etapas e a maioria delas em traçados que (teoricamente) tendem a favorecer os carros da Mercedes. Mas repito, apenas na teoria. Vettel tem a seu favor um carro que responde bem em curvas de baixa velocidade e também com os pneus mais macios, além do companheiro de equipe, Kimi Raikkonen, de contrato renovado com a Ferrari, disposto a ajudá-lo. Por outro lado, o alemão está ‘pendu-rado’ com o limite de (4) motores permitidos pelo regulamento e a partir do quinto começará a ser punido com a perda de 10 posições no grid de largada. E dificilmente Vettel conseguirá ir até o final sem substituí-lo.
Já Hamilton tem um carro mais equilibrado e veloz, mas tem o companheiro de equipe (Valtteri Bottas) também na disputa pelo título – 3º colocado – com 33 pontos atrás de Vettel. Cada vitória vale 25 pontos. Isso significa que a lição de esportividade que a Mercedes deu na Hungria, ao determinar que Hamilton devolvesse a posição que era de Bottas, depois de fracassar a tentativa de ultrapassar os carros da Ferrari, não deve se repetir mais. Numa disputa apertada como essa, a Mercedes precisa estabelecer logo a hierarquia entre seus pilotos.
Este será o 62º GP da Bélgica, o 50º em Spa-Francorchamps. Dos pilotos em atividade, apenas Kimi Raikkonen (quatro), Hamilton e Vettel (duas), Daniel Ricciardo e Felipe Massa (uma) venceram a prova. Curiosamente o retrospecto de Alonso é irrisório em Spa: em 13 participações, apenas 3 pódios e somente 7 voltas lideradas. Com 6 vitórias, Schumacher foi quem mais venceu em Spa, seguido por Ayrton Senna (5). 




CENTENÁRIOS
Lewis Hamilton completará amanha 200 GPs na Fórmula 1, e Valentino Rossi 300, em Silverstone. Por conta da coincidência de datas, a largada da MotoGP, na Inglaterra, será às 11h30, ao vivo no SporTV.