As Neoplasias Mamárias, ou tumores de mamas, representam cerca de 50% de todos os tumores em cadelas. Pesquisas apontam que o desenvolvimento desse distúrbio está relacionado à fatores hormonais, idade, obesidade e dietas ricas em gorduras.
São necessários exames específicos para diferenciar o tumor de benigno para maligno. A existência de diferentes tipos de tumores são classificados de acordo com critérios uniformes usados para a diferenciação dos tipos tumorais, feitos através de biópsia e histopatologia.
O risco de cadelas desenvolverem tais tumores aumenta significativamente com o decorrer da idade, visto que em fêmeas com menos de dois anos essa afecção é rara. À partir dos seis ou sete anos o risco aumenta consideravelmente, de forma que animais com idade entre nove e onze anos são os mais susceptíveis.
As pesquisas também apontam que as cadelas não castradas apresentam índices mais altos de tumoração mamária em relação às cadelas castradas, visto que o desenvolvimento desse processo está intimamente ligado a fatores hormonais.
Sabe-se, ainda que o uso de hormônios progestágenos têm notório efeito promotor na gênese das neoplasias mamárias. Esses hormônios são aqueles utilizados como contraceptivos em cadelas, os famosos medicamentos para a fêmea não ciclar (ou "não criar" ou "não entrar no cio", como é popularmente chamado).
O diagnóstico deve basear-se em um conjunto de informações sobre o paciente aliado ao exame clínico e físico feito pelo médico-veterinário, além de exames complementares como a biópsia, o histopatológico e a ultrassonografia. Após a detecção das neoplasias mamárias, uma radiografia de outros sistemas do organismo é indicado (como pulmão, por exemplo) na tentativa de identificação de pontos de metástases ("filhotes dos tumores").
O tratamento para tal afecção é cirúrgico, podendo a paciente ter desde apenas a glândula mamária afetada retirada (mastectomia radical simples), a retirada da glândula afetada mais as glândulas próximas (mastectomia radical regional) ou mesmo a retirada de toda a cadeia mamária (mastectomia radical total, uni ou bilateral). Nos procedimentos mais avançados, a retirada dos linfonodos correspondentes também é indicada.
OBS: O texto de hoje foi baseado em pesquisa realizada por um grupo de Médicos-veterinários: Dra. Giovana Santis (UNESP/Jaboticabal-SP), Dr. Paulo Felipe Goiozo (EMBRAPA/Campo Grande-MS ), Dra. Veridiana Moura (UniFEOB/São João da Boa Vista-SP), Dr. Marcelo Lima (USP/São Paulo-SP), Dr. Helder Thomé (UNESP/Botucatu-SP), Dr. Ênio Bandarra (UniFEOB/São João da Boa Vista-SP e UNESP/Botucatu-SP).
*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS
– médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
Consultor Técnico do Site www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)