Apenas ideias
Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 10-09-2017 22:09 | 1137
Tem uma foto do pódio de Monza que postei no meu perfil, do Facebook – aproveito pra dizer que ele é público –, que é quase uma resposta aos que dizem por aí que a Fórmula 1 não empolga mais, ou que deixaram de acompanhá-la porque ela já não é como foi um dia.
A Fórmula 1 continua empolgante, depende apenas do olhar que gente vê. Estamos assistindo ao melhor campeonato dos últimos anos, uma briga acirrada entre dois pilotos de equipes diferentes, Lewis Hamilton (Mercedes) e Sebastian Vettel (Ferrari), somam juntos 7 títulos mundiais (4 de Vettel, 3 de Hamilton) e só agora, depois de 13 GPs, que Hamilton conseguiu assumir pela primeira vez no ano a liderança do Mundial, com a vitória esmagadora no GP da Itália, diante de uma eufórica torcida da Ferrari que lotou o Autódromo de Monza desde a quinta-feira que antecedeu aos treinos. Hamilton virou o jogo (238 a 235 pontos) restando sete corridas pela frente.
Mas, claro que nem tudo é maravilha e tem coisas que deixam a desejar, como as punições pelas trocas de motores que beiram o ridículo. Volto a falar sobre isso mais abaixo.
Em Monza, o aguaceiro que caiu no sábado comprometeu o último treino livre e o classificatório. Foram quase três horas de paralisação até que as condições melhorassem, e quando reiniciou, o treino acabou sendo o mais emocionante do ano que resultou na 69ª pole de Hamilton, com uma volta fantástica, que o colocou no topo do ranking dos pilotos que fizeram mais pole position na história da Fórmula 1, superando as 68 de Schumacher.
Mas é preciso que a Fórmula 1 adote critérios para esse tipo de situação. Não é justo deixar o torcedor tanto tempo debaixo de chuva nas arquibancadas à espera da melhora do tempo, nem o de casa preso diante da TV, e nem as emissoras que têm uma grade de programação a ser cumprida. Em condições de chuva intensa, poderiam mandar um carro de cada vez à pista, valando a formação do grid. É só uma ideia.
Voltando a questão dos motores, vale lembrar que depois da introdução dos atuais V6 turbo híbridos, em 2014, a Fórmula 1 passou a chamá-los de “unidades de potência”, por se dividirem em seis partes: o motor a combustão, o sistema de recuperação de energia térmica (MGU-H), o de recuperação de energia cinética (MGU-K), o turbo, as baterias que alimentam a parte híbrida, e a central eletrônica. Cada piloto tem direito a quatro de cada um desses componentes por ano. Resumindo, são quatro motores, mas a partir da troca do quinto motor a combustão, o piloto perde 10 posições no grid, as demais custam 5 posições no grid – inclusive o câmbio –, e a partir da sexta troca, as penas são dobradas. É um absurdo.
Em Monza foram 9 pilotos punidos que resultou na soma de 150 posições no grid. Só Alonso perdeu 35. Dos 20 pilotos, apenas Hamilton, o pole, largou da posição original. E isso confunde a cabeça até de quem trabalha na Fórmula 1. Ainda bem que já existem conversas para que essa regra esdrúxula seja revista.
Em minha modesta opinião, se me perguntassem, eu sugeria, por exemplo, que o piloto que tivesse de trocar o motor, fosse obrigado a cumprir um ‘drive through’ (passagem obrigatória pelos boxes), ou cumprir 3s de pênalti durante o pit stop para troca de pneus, ou que carregasse um lastro extra no carro.
Ideias existem, o que não está certo é fazer uma salada do grid confundindo a cabeça do torcedor. Fora isso, a Formula 1 continua empolgante!
DESFALQUE
Com fraturas na perna direita em acidente de moto, Valentino Rossi dá adeus ao sonho do 10º título na MotoGP. Amanhã tem o GP de San Marino, e com novo líder, Andrea Dovizioso, da Ducati.
STOCK CAR
Foram 13 corridas com 10 vencedores diferentes. Apenas Felipe Fraga (3) e Daniel Serra (2) repetiram vitórias. Amanhã tem a rodada dupla da etapa de Londrina, com Serra na liderança, 209 pontos, contra 192 de Thiago Camilo.