CRÔNICA HISTÓRICA DE SEBASTIÃO DO PARAÍSO:

José Luiz Campos do Amaral Junior

Parte 3
Por: Luiz Carlos Pais | Categoria: Cidades | 12-09-2017 15:09 | 1524
Foto: Reprodução

Ao fixar residência em São Sebastião do Paraíso, para assumir as funções de primeiro tabelião e servidor da administração da justiça, José Luiz Campos do Amaral Junior foi nomeado inspetor municipal, por ato assinado pelo presidente da Província, publicado em 9 de maio de 1885. Nessa época, vinculado ao Partido Liberal, encontrou certas dificuldades na fase inicial do seu trabalho, decorrentes do contexto político oposicionista, então ligado ao Partido Conservador. Por esse motivo, houve algumas querelas na seara de influências políticas. Como reação faz publicar um detalhado artigo no jornal Liberal Mineiro, de 25 de agosto de 1886, externando indignação contra calúnias levantadas contra sua honrada postura de servidor da Justiça. 
Ainda em 1886, foi formulada uma reclamação ao governo provincial contra a maneira justa de atuar do honrado tabelião. Entretanto, conforme nota publicada em jornal de Ouro Preto, em 16 de outubro do mesmo ano, tal reclamação foi considerada totalmente improcedente. Estava assim iniciando uma nova fase na administração da Justiça local, sendo que tais divergências decorriam da situação de mudança de época, da irreversível decadência do regime monárquico e do avanço das forças republicanas, abolicionistas, liberais e maçônicas. 
No início do período republicano, com a patente de coronel da Guarda Nacional, Campos do Amaral participou da Primeira Intendência Republicana que administrou São Sebastião do Paraíso, até que fossem realizadas as novas eleições. Essa administração funcionou de fevereiro a dezembro de 1891, e dela também participaram o advogado Francisco Soares Netto, um dos líderes liberais da época, João Francisco dos Santos Carvalhais, José Domiciano Evangelista de Pádua, José Martins Souto Gouveia, José Albino Soares e Placidino Brigagão. Em seguida, Campos do Amaral participou da Segunda Intendência, que durou pouco mais de três meses, da qual participaram José Aureliano de Paiva Coutinho, Ângelo Calafiori, João Ferreira dos Santos Carvalhais, Calimério Augusto Soares e Manuel Rodrigues da Silveira. 
Alguns anos depois, em 12 de outubro de 1898, o jornal Minas Gerais publicou uma nota assinada por José Luiz Campos do Amaral Junior, dirigida aos eleitores do Sudoeste Mineiro, expondo sua disponibilidade para concorrer a uma vaga de deputado estadual e solicitando o honroso voto de seus amigos e conhecidos.  Essa nota foi assinada em São Sebastião do Paraíso, exatamente 30 dias antes de sua publicação na data acima mencionada. 
Na virada para o século XX, foi eleito venerável da Loja Maçônica Fraternidade Universal, quando seu nome constava na lista dos deputados estaduais de Minas, eleito pelo mesmo distrito eleitoral ao qual estavam vinculados os deputados Lamartine Ribeiro Guimarães e Rodolpho Gustavo da Paixão, conforme publicado no Diário Oficial da União, 23 de abril de 1900. Foi reeleito para mais um mandato para a legislatura de 1911 a 1914, como um dos representantes da circunscrição que reunia o Sudoeste e o Triângulo Mineiro. Nessa legislatura, foi colega do deputado Waldomiro de Barros Magalhães, de Monte Santo, e Francisco Paoliello, de Muzambinho. 
Para finalizar, o Arquivo Público Mineiro disponibiliza registro do falecimento do então deputado estadual José Luiz Campos do Amaral Junior, ocorrido em São Sebastião do Paraíso, no dia 5 de outubro de 1913. Na mesma ficha consta que o falecido era irmão do também deputado, na Assembleia Legislativa Mineira, Eduardo Carlos Vilhena do Amaral, que, na época exercia a presidência da Câmara. Nos anos seguintes, Eduardo Amaral foi eleito para o Senado Mineiro, ocupou a vice-presidência do Estado e chegou a ocupou a presidência, por dois meses, em 1922.