CASA DE ORAÇÕES

Situação da Casa de Orações preocupa moradores vizinhos

Vizinhos ao local dizem que espaço tem sido usado como abrigo para usuários de entorpecentes e ponto para relações sexuais
Por: João Oliveira | Categoria: Cidades | 20-09-2017 07:59 | 3536
Reportagem flagrou o momento que dependentes químicos invadiam o local para consumo de drogas
Reportagem flagrou o momento que dependentes químicos invadiam o local para consumo de drogas Foto: Jornal do Sudoeste

A Casa de Orações Dom Inácio, na Vila Mushioni, próximo ao Asilo São Vicente de Paulo,  se encontra em estado de abandono. O local tem sido usado como abrigo para usuários de drogas e para prática de relações sexuais. A situação preocupa moradores, que já procuraram a Paróquia de São Sebastião para relatar o que vem acontecendo no local.
De acordo com um dos moradores no bairro, usuários de crack têm tido acesso ao local devido à facilidade de pular o muro para adentrar o recinto para práticas ilícitas. “Todos os dias eles pulam o muro para fazer uso de drogas ou praticar sexo. Já cheguei a procurar a Paróquia para relatar o que vem acontecendo e eles dizem que irão tomar providências, mas que não está dependo deles”, relata um morador do bairro.
A reportagem do Jornal do Sudoeste visitou o imóvel onde flagrou o momento que usuários de entorpecente pulavam com facilidade o muro da entrada principal do prédio. Em contato com a Paróquia de São Sebastião, responsável pela Casa, foi informado que a Paróquia tem conhecimento da situação e que tem se mobilizado para solucionar o problema.
De acordo com a secretaria da Paróquia de São Sebastião, eles estão aguardando documentação do Asilo São Vicente de Paulo, que tem a posse daquela área, para que a Paróquia possa fazer a reforma e restauração do prédio.  
“Está sendo feita uma mobilização na cidade para reforma e restauração da Casa de Oração. Aguardamos essa documentação para que aquela área passe a Paróquia São Sebastião e, assim, nós possamos tomar as providências. Entre essas providências está o levantamento dos muros e fechamento das laterais, impossibilitando a entrada de intrusos”.
Ainda, segundo informações da Paróquia, esse processo deve levar cerca de quatro meses, para que o Asilo consiga providenciar essa documentação e assim a Paróquia iniciar o projeto. “Já fomos procurados e recebemos ligações sobre o problema. A questão já foi passada para o padre Rodrigo que já tem conhecimento da situação que, infelizmente, não depende apenas de nós. Estamos aguardando retorno do Asilo, assim que isso ocorrer tomaremos as devidas providências”.




QUESTÃO SOCIAL
A reportagem do Jornal do Sudoeste entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social onde questionou sobre medidas cabíveis para solucionar problemas referentes aos usuários de drogas no município, vez que medida tomada pela Paróquia não resolve o problema que tanto vem preocupando a população. Recentemente, foi retomada às atividades do Conselho Municipal Andigrogas (Comad), que segundo a secretária municipal de Desenvolvimento Social tem realizado ações voltadas para a questão.
“O Conselho começou a desenvolver os trabalhos, especialmente na realização da Conferência Municipal Antidrogas, no dia 27 de setembro. Nosso objetivo com a reestruturação do Comad é integrar, estimular e coordenar a participação de todos os segmentos sociais do município, ligados à prevenção, ao combate e tratamento dos usuários, para buscar a máxima eficácia das ações a serem desenvolvidas no âmbito da redução e prevenção do uso de drogas”, destaca Dilma de Oliveira.
De acordo com a secretária, há o objetivo de cadastrar, apoiar, orientar e auxiliar as entidades que realizam atividades nesta área e também a intenção de promover campanhas educativas de prevenção, realização de pesquisas e estudos com o objetivo de subsidiar as ações voltadas para as políticas públicas e programas de atendimento a usuários de álcool e de outras drogas, instituindo o Programa Municipal de Políticas sobre Drogas (Promad).
“Para a realização deste programa, estamos também criando o REMAD, o fundo chamado de Recursos Municipais sobre Drogas, destinado à implementação do PROMAD, no custeio de programas de esclarecimento ao público, assim como para a formação profissional sobre prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social”, destaca.
Entre outras ações, a vice-prefeita cita ainda que buscou apoio das Secretarias de Segurança Pública e de Saúde, para, ao lado da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, criar uma política pública, através de Lei Municipal, para o atendimento das pessoas moradoras de rua e andarilhos. “Já realizamos algumas reuniões da rede que atende a estas pessoas, para que, na troca de experiências, possamos definir uma política realmente pautada no respeito à dignidade desta parcela tão vulnerável de nossa comunidade”. 
Segundo ela, dentro desta rede, a Secretaria vem organizando estes dados, colhidos em cada uma das secretarias, e brevemente poderão apontar com mais clareza a real situação do município. “Esses dados são bastante flutuantes, pois esta população em situação de rua não tem número constante, sendo que muitos mudam de uma cidade para outra, retornando depois, tornando este debate, até mesmo, uma questão a ser discutida regionalmente, como fizemos na Assembleia da AMEG, na última sexta-feira (15/9)”, destaca.




DESAFIOS
Dilma completa ainda dizendo que o desafio sempre será realizar a prevenção eficaz ao uso de drogas, tanto nas escolas, assim como em toda a comunidade. “O ideal é que nossas crianças e adolescentes realmente nem sintam o chamado para o uso de drogas, que os leva à dependência, e consequentemente a uma vida de vulnerabilidade social. É meu sonho, assim como dos servidores e conselheiros envolvidos nesta rede e no COMAD, que, com certeza, é possível de ser alcançado na união e compromisso de todos”, completa.