Vale recordar e... por que não? Carlos Imperial com a sua "A mesma praça. O mesmo banco. As mesmas flores e o mesmo jardim". Aqui, na nossa praça, os bancos são outros, e piores; os anteriores acomodavam melhor, além de terem gravados os nomes de seus doadores, suas ocupações ou suas propriedades comerciais. Eram personalizados. Eu, ainda em tempo, antes do desmonte - que coisa triste - anotei um a um, no "Layout" do Quadrado, os seus nomes. Saudades... Os antigos faziam melhor! E garanto que com mais dificuldade!
De qualquer maneira, os mais velhos habitantes da cidade terão oportunidade de sonhar com o passado e recordar. O tempo traz de volta ao "quadrado". Era no vai e vem das voltas e trocas de olhares. Moças pra lá, moços pra cá. Ali começavam os primeiros contatos. A velha praça de Jacuí não é a mesma. Ela foi remodelada: uma, duas, ou três vezes, tudo pela modernidade. Mas, o que não mudou jamais, foram as juras dos confidentes que se transformaram em encontros, namoros, noivados, casamentos e constituição de família, as quais se perpetuam até hoje. Perguntem para alguém da época e verão como se recordam com alegria. Vivi um pedaço desse tempo. Outros tempos. Inocentes tempos. Foi bom. E hoje são só lembranças de um passado distante, que virou história para muitos, não para todos.
Saudade daquele "Coreto" que mãos desavisadas derrubaram. Para quê? Para nada. Esqueceram-se do Patrimônio Histórico. Ele era compatível com o tamanho da praça, era original, já o atual, o substituto, é maior que a praça e igual a tantos outros. Não gosto nem de ver o moderno, este que está lá... "Hoje eu acordei com saudades de você. Olhei aquela foto que você me ofertou. Sentei naquele banco"... Não... Não... Em outro... Mas no mesmo lugar configurado, só porque foi ali que começou o nosso amor.
FERNANDO DE MIRANDA JORGE
Acadêmico Correspondente da APC
Jacuí/MG
fmjor31@gmail.com