Estamos assistindo a um dos melhores campeonatos de Fórmula 1 dos últimos anos. Mas faltava uma corrida maluca que virasse conversa em mesa de bar. E aconteceu em Hockenheim!
Quem poderia imaginar que largando de 14º por conta de um problema mecânico no treino de classificação, Lewis Hamilton fosse ganhar o GP da Alemanha diante do favoritismo da Ferrari com Sebastian Vettel na pole?
Em meus pitacos nas redes sociais, escrevi antes da corrida que entre a posição de largada de Hamilton, e a pole de Vettel, haveria muita água pra passar por baixo da ponte. E passou. Primeiro com o inglês vindo de trás com a faca nos dentes. Segundo com a previsão de pancada de chuva que caiu apenas como garoa, mas o suficiente para mudar os rumos de uma vitória que estava nas mãos de Vettel. O alemão errou sozinho e bateu, traído pelo asfalto úmido. Hamilton foi implacável e venceu! Erros como o de Vettel pode custar o campeonato.
Em Hockenheim aconteceu a quinta virada do ano na tabela de classificação, com a liderança voltando para as mãos de Hamilton que chegou na Alemanha com 8 pontos a menos que Vettel, e saiu com 17 de vantagem sobre o rival numa disputa inédita entre dois tetracampeões, marcada por altos e baixos tanto de um como de outro de acordo com as circunstancias de cada momento.
A sorte do alemão é que ainda dá tempo de recuperar o prejuízo já que tem no momento um carro melhor que o da Mercedes em resposta de potência do motor, e restam ainda 10 etapas para o encerramento do campeonato.
A Fórmula 1 está na Hungria para a 12ª etapa do Mundial, a última antes da tradicional parada para as férias de verão na Europa, fechando uma maratona de cinco corridas em seis finais de semana, numa pista travada em que a potência do motor conta menos que a eficiência de um bom chassi. E isso coloca a Red Bull em igualdade de condições para brigar com Mercedes e Ferrari, a exemplo do GP de Mônaco, onde Daniel Ricciardo dominou o final de semana.
Ainda sentindo o golpe da derrota na Alemanha, a Ferrari chegou na Hungria consternada com a morte de Sergio Marchionne, que havia deixado a presidência da equipe e do Grupo Fiat no último sábado por complicações de um problema de saúde.
Marchionne assumiu a presidência da Ferrari no final de 2014 e surpreendeu a todos no paddock da Fórmula 1 por ser um homem de negócios, mas sem experiência alguma no esporte a motor, e entre demissões polêmicas e cobranças exageradas por resultados, fruto de sua ‘linha de durão’, colocou a Ferrari nos trilhos ao ponto de brigar pelo título do ano passado e ser forte ameaça ao domínio que a Mercedes impõe na Fórmula 1 desde a introdução da era hibrida, em 2014.
A Hungria está no calendário da Fórmula 1 desde 1986 e apesar de a pista ser das mais difíceis de ultrapassar, foi lá que aconteceu aquela que até hoje é apontada por muitos como a maior ultrapassagem de todos os tempos na Fórmula 1, de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna, em 86.
Lewis Hamilton é o maior vencedor da prova com 5 vitórias. Sebastian Vettel venceu apenas duas vezes. Mas o GP da Hungria tem uma estatística curiosa para deixar os dois com a pulga atrás da orelha: O último piloto que venceu no Hungaroring e terminou o ano campeão foi Michael Schumacher, em 2004.
Hamilton lidera o campeonato com 189 pontos contra 171 de Vettel, e no Mundial de Construtores a Mercedes está na frente com 310 pontos contra 302 da Ferrari.