A qualidade do café da safra de 2018 tem surpreendido as cafeeiras do município devido a boa qualidade dos grãos em relação à última safra, que sofreu grande perda, tanto de peso quanto em qualidade por causa da broca do café, ocasionada principalmente pelo clima não favorável da última colheita. Porém, para esta safra, os armazéns ouvidos pela reportagem do Jornal do Sudoeste são unânimes em dizer que a produção está superando as expectativas.
De acordo com o classificador Carlos Augusto Moreira, da cafeeira Nova América, a qualidade do café que tem chegado aos armazéns da empresa está excelente, tanto em bebida quanto em peneira. "Temos nos surpreendido bastante, principalmente com a bebida, que está excelente este ano. Em 2017 enfrentamos um problema muito grande com broca, que prejudicou muito a safra dos produtores e este ano já não houve problemas nesse sentido", conta.
Segundo avalia Moreira, a broca praticamente sumiu das produções, mas ainda há um ou outro lote com problema, o que é quase mínimo em relação à última safra. "Pelo o que percebemos este ano e pelo o que os produtores comentam com a gente, voltou a normalizar a "limpa"; o rendimento na hora de limpar está normal. Temos expectativa positiva para a safra que está chegando, mas ainda não fechou o período e acredito que a movimentação aconteça a partir deste mês", destaca.
Segundo o classificador da Nova América, o produtor aproveitou o clima que estava mais seco para adiantar a colheita da árvore, principalmente para não perder a qualidade do grão. "Somente agora é que começa a limpar e armazenar essa produção. Acreditamos que agosto e setembro é que começa a entrar o grande volume de café para armazenagem. Em relação ao preço, o mercado não tem ajudado muito, mas isto é natural", completa.
A boa qualidade é que o comprador da cafeeira São José, Tales Ferreira Silva Júlio, também ressalta. "A qualidade está muito boa. Também enfrentamos problemas com a questão da broca e este ano já não passamos por isso, até o momento. Além disto, o clima ajudou muito e a chuva veio no momento certo. No último ano a broca prejudicou não somente o que estávamos esperando para armazenagem, mas também a qualidade. A broca faz com que o café fique mais leve e com isso a rentabilidade fique menor, além do aspecto que deixa a bebida inferior e prejudica o produtor na hora da comercialização", ressalta.
De acordo com Fernando Neto Pereira, da cafeeira Caffer, atualmente a colheita segue em torno de 40 a 50% do total da produção do município e a qualidade em relação ao ano passado está 100%. "Em 2017 deu muita broca e a incidência neste ano é mínima, variando entre 1 a 2%. Há um ou outro caso específico que não houve correção e está apresentando este número. Um café carregado de broca, querendo ou não, come o peso do café, além disto, a safra já era pequena, foram três fatores que colaboraram para a depreciação do preço do café no ano passado", elucida o empresário.
Para o empresário Fernando Alvarenga, da cafeeira Armazéns Gerais Peneira Alta, o produção também tem superado expectativas. "O clima está favorável e nas peneiras os grãos estão dando o rendimento esperando, tudo dentro da expectativa aguardada para esta safra, nada fora do que os produtores estavam esperando. O ano passado foi de baixa produção, grãos miúdos, mas este ano já veio demonstrando que os grãos estão mais graúdos, boa qualidade e dentro daquilo que o mercado espera", ressalta.
Alvarenga comenta que não houve problemas com broca nesta safra. "O produtor está aprendendo a fazer o controle, tanto que o resultado foi a boa qualidade desta colheita. O preço está caindo um pouco, é um ano de produção maior e tende a ter um preço mais baixo", completa. Para a safra atual, a produção da região, que compreende 23 municípios, é estimada entre 3 a 3,4 milhões de sacas. Especialistas no município acreditam que este seja um novo recorde. Prevê-se ainda uma colheita nacional de 58,7 até 60,5 milhões de sacas no ciclo