5 ANOS

HRCor completa cinco anos da realização da primeira cirurgia

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Saúde | 11-08-2018 09:21 | 1177
Passados cinco anos da primeira façanha, atualmente são feitos em média 25 cirurgias cardíacas de alta complexidade por mês
Passados cinco anos da primeira façanha, atualmente são feitos em média 25 cirurgias cardíacas de alta complexidade por mês Foto: Reprodução

Desde o dia 2 de agosto de 2013 quando uma senhora de 64 anos, moradora de São Roque de Minas, foi atendida no centro cirúrgico do Hospital do Coração, em São Sebastião do Paraíso, os procedimentos da ala cardíaca não pararam mais. Passados cinco anos da primeira façanha, atualmente são feitos em média 25 cirurgias cardíacas de alta complexidade por mês com uma tendência de que até 2023 este volume possa ser duplicado e que novos procedimentos possam ser credenciados ampliando a gama de serviços prestados para garantir mais um tempo de vida a quem necessite deste tipo de tratamento.

Para o presidente da Comissão de Intervenção da Santa Casa, Adriano Rosa do Nascimento poder relembrar este momento na vida da instituição é motivo de grande satisfação. “É um prazer e uma alegria enorme comemorarmos estes cinco anos de funcionamento. Temos uma equipe maravilhosa que abrange o corpo clínico, a equipe de enfermagem e toda a estrutura existente que nos enche de muito orgulho”, comenta o diretor. Ele ressalta que, na realidade desde 2007 é que a Santa Casa já vinha trabalhando para a habilitação do credenciamento da unidade e que o histórico de luta por esta ala é bem mais antiga do que se possa imaginar.

Hoje passado todo este tempo a diretoria consegue olhar para trás e visualiza muito trabalho realizado e inúmeras vidas salvas. “Há uma quantidade enorme de cirurgias já realizadas por este hospital, são mais de mil, mil vidas salvas e que pudemos proporcionar um tratamento a pessoas não só daqui de Paraíso, mas de todo Sudoeste de Minas e inclusive de outras regiões de Minas Gerais”, descreve Adriano Nascimento. Somente no Sul de Minas são cerca de 180 municípios que encaminham pacientes para o HRCor. “Realmente é um grande orgulho para a região, para a nossa macrorregião sul”, admite. 

Em Minas Gerais existem outras unidades cardiológicas, mas o hospital de São Sebastião do Paraíso tem se primado por um nível de qualidade de atendimento que o faz destacar. “Trazemos um grande número de usuários que também impacta para a própria cidade em termos de movimentação de comércio em vários setores. Além disso, a equipe vem se destacando e atendendo com muita eficiência e ampliando os horizontes para trazermos mais pacientes de outras regiões”, acrescenta. Numa recente reunião está sendo avaliada a possibilidade de pacientes de Uberaba (MG) virem fazer tratamento cardiológico no HRCor. 

Para Adriano quando o assunto é salvar vidas as distâncias precisam se tornar pequenas. “Não podemos deixar de agradecer a todos que têm colaborado pela existência e manutenção deste empreendimento”, diz. O diretor afirma que este é um momento oportuno de se fazer o reconhecimento aos que colaboram com a instituição antes e durante estes cinco anos do hospital. “São importantes os trabalhos realizados para investir e creditar neste hospital, onde destacamos o trabalho do deputado Melles que desde o início vem trazendo com muita garra e luta recursos que puderam concretizar e vem se concretizando; o deputado Antonio Carlos, o prefeito Walker Américo e também a Câmara Municipal, na pessoa de seu presidente Marcelo Morais, que vem trabalhando de forma bem expressiva dentro da saúde para que nós possamos ofertar um serviço de qualidade”, observa. 

Conforme o dirigente o agradecimento também se estende a toda equipe que vem fazendo uma política de saúde salutar.  “Não estamos aqui fazendo politicagem na saúde não, mas sim política publica de saúde”, opina. Adriano enfatiza a importância de se ter esta visão no que de fato acontece onde há o envolvimento e investimento de R$30 milhões em investimentos aplicados na construção do HRCor. “Temos de parabenizar toda equipe que faz a coisa toda acontecer, desde os médicos e ao mais simples funcionário da instituição, os membros da Comissão Interventora que vem trabalhando coma gente de forma efetiva e que se Deus quiser teremos mais condições de continuarmos lutando para mantermos esta instituição de pé atendendo e bem a população como sempre”, completa. 

HRCor envolve mais de 550 colaboradores
No Hospital Regional do Coração, em São Sebastião do Paraíso são duas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) que funcionam 24 horas. A ala cardiológica envolve um grande número de profissionais que atendem na área cardiovascular com 30 funcionários em rotatividade. “Devemos considerar que hoje temos cerca de 570 funcionários dentro da instituição envolvidos neste processo, são 100 profissionais médicos envolvidos, temos de 30 residentes que também trabalham nas equipes e o corpo administrativo com 260 funcionários na enfermagem, um grupo grande para que possamos prover saúde e com qualidade de atendimento”, destaca o interventor Adriano Rosa nascimento. 

O diretor enfatiza que a instituição está focada na melhoria da assistência. “Iniciamos com um número de profissionais na enfermagem em quantidade menor no início e com o crescimento da instituição, e a quantidade de pacientes fez com que ofertássemos uma quantidade maior de profissionais por leito para a melhoria da qualidade da assistência”, aponta. Tendo este aspecto como um dos maiores cuidados para com os usuários Adriano Nascimento reforça que ainda há muito o que fazer. “Por isso convidamos a população em geral a vir conhecer o que fazemos e o que tem sido feito no nosso hospital”, diz. 

O diretor salienta que atualmente vê uma quantidade enorme de hospitais que estão sendo fechados, em Minas Gerais, levando em consideração o déficit que o Estado tem com as instituições e com os municípios. Somente no caso de Paraíso a dívida com a Saúde ultrapassa a casa dos R$ 8 milhões. “Mesmo assim estamos todos juntos lutando para manter o nível de qualidade com a oferta de serviço e isso é muito importante para todos”, acrescenta. 

PERFIL
De acordo com a direção do HRCor atualmente a procedência dos pacientes atendidos na unidade são as mais variadas. Eles são oriundos de convênios, particulares e através do Sistema Único de Saúde (SUS). “Existe uma conversa junto ao IPSEMG para fazermos aqui do nosso hospital um centro de referência em cardiologia. A Unimed praticamente já fechou parceria conosco para sermos referência nesta área para os seus associados de todo Sul de Minas. Estamos trabalhando muito nisso que tem sido uma parceria muito importante”, acrescenta. 

Para Adriano os atendimentos particulares têm um custo específico e o SUS é o que é aberto de fato. “Hoje temos uma taxa de atendimento pelo sistema único que varia de 75 a 80% e acaba sendo um dos maiores convênios apesar de termos o extrapolamento dentro do Estado”. Mas o enfoque é o de salvar vidas e a instituição acaba ainda produzindo uma quantidade expressiva deste tipo de atendimento via SUS justamente para que se consiga ter condições de salvar maior volume de vidas dos usuários.

O dirigente afirma ser triste dizer não para a situação onde o paciente não tem condições. Esta e uma realidade onde muitas vezes o Estado não coloca a quantidade necessária de recursos para dar atendimento a todos que necessitam dos serviços cardiológicos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde uma das principais causas de morte da atualidade é a área da cardiologia. “São pacientes com deficiência cardiovasculares, depois vem o câncer. A cardiologia é a doença que não vem devagar, ela é imediata, a parada cardiorespiratória, o infarto agudo leva o paciente ao óbito de imediato quando não socorrido e tratado em tempo”, descreve. 

PROJEÇÃO
Em 2017 a direção do HRCor iniciou um trabalho direcionado a conter a perca de recursos que poderiam ser aplicados e utilizados na unidade. Tínhamos um valor mensal de R$ 270 mil/mês para atender toda demanda da região. Considerando que uma cirurgia ou um procedimento cardiológico gera o envolvimento de R$ 10, 30 a R$ 50 mil se dividido gera uma quantidade muito pequena de atendimento ao mês pelos custos das órteses e próteses. “Graças a Deus, com um trabalho que começamos a desempenhar estamos mostrando resultados e hoje praticamente dobramos o teto, voltando às atividades normais de uma grande demanda populacional”, completa. 

Este foi um dos primeiros critérios adotados para conseguir estabilizar a unidade cardiovascular, em um momento de crise, trazendo mais usuários e buscando novas habilitações e  algumas reclassificações para se ter o implemento da ala cardiovascular. “A ideia de sempre estarmos crescendo, fortalecendo a vocação da instituição”, comenta. 

Para Adriano Nascimento a expectativa é de que nos próximos cinco anos se tenha mais motivos de comemorar junto a comunidade. “Fica o agradecimento e parabéns a todas as equipes envolvidas neste processo”, felicita. 

Ele conta que em uma oportunidade acompanhou um paciente que deu entrada no HRCor em caráter de urgência e com um problema cardiológico, praticamente em processo de óbito. “Apresentava infarto do miocárdio e a hora que ele foi colocado na Hemodinâmica, quando o médico conseguiu fazer a desobstrução da artéria que o levaria imediatamente uma questão de óbito é que a gente vê a vascularização de todo coração. Não tive como reter as lágrimas, foi algo que nos deixou muito sensibilizado de saber que naquele momento, o procedimento feito a hora certa salvou a vida daquele paciente. É por Deus mesmo, um serviço abençoado que com orgulho e muita satisfação temos o prazer de ofertar para salvar vidas, o que é o principal”, conclui.