O lado social da cafeicultura sensibilizou Aécio

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 28-07-2002 00:00 | 955
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O deputado Carlos Melles, reunido com diretores e conselheiros da Cooparaiso na manhã de sexta-feira, 26, durante a apresentação de Orlando Carlos Editore que assume a superintendência da cooperativa nesta semana, comentou sobre audiência realizada no Palácio do Planalto entre líderes da cafeicultura nacional com o presidente da República Fernando Henrique Cardoso, terça,23. A reunião foi agendada a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, candidato ao governo de Minas. Dela participaram Melles, os ministros Pedro Malan, Pratini de Morais e Pedro Parente. "O lado social é o que mais sensibilizou o Aécio", comenta Melles.
Depois de ter se desvinculado do Ministério do Esporte e Turismo, Melles disse ter intensificado seus contatos no sentido de contribuir para com a preocupante situação vivida pelos cafeicultores. Isto não significa que quando estava no Ministério, tivesse me afastado desse segmento, pois sempre acompanhei de perto as questões relacionadas ao setor, disse o deputado, enumerando reuniões das quais participou.
Conforme explica o deputado que também é presidente de honra do Conselho Nacional do Café - CNC, e presidente do Conselho de Administração da Cooparaiso, historicamente o preço do café é o pior desde 1.985. 
No ponto de vista de Melles, uma das perspectivas para se conseguir melhores preços para o produto poderá acontecer através da opção de venda que foi proposta na reunião com o presidente Fernando Henrique. A respeito Melles explica que seria estabelecido um preço de referência e o produtor teria o prazo para comercializar seu café. "Esperamos que seja em torno de R$140 o que é razoável", prevê. Quanto ao prazo, conforme explica, o produtor poderá optar por 18 meses. Se o preço não tiver superior a isso, tem o mesmo tempo para segurar a venda. "Resumindo, o programa total conforme proposto terá um prazo de 36 meses", conta.
Este ano, o Brasil está colhendo uma safra considerada a maior da história, com 44,6 milhões de sacas produzidas. Destas, cerca de 12 milhões é excedente sobre o consumo. Mas de acordo com José Fíchina, isto não é um problema crônico. "Não temos problemas com excessos, precisamos é de política para administrar isso", conta.
"Tivemos uma superprodução e há um excedente mundial, por isso precisamos enxugar o mercado", comenta Cecília Rita Aparecida Guidi Marcolini, diretora financeira da Cooparaiso, contando que para isso pode ser feito um leilão de compra, por contratos de opção de vendas ou via financiamento de estocagem.
Quanto ao resultado prático da reunião liderada por Aécio Neves com o presidente FHC, até no fechamento desta edição não havia sido anunciado. De acordo com Carlos Melles, a previsão é que, provavelmente até a próxima terça-feira, 30, haverá uma solução, conseguida conforme afirma, graças a uma atuação política.

ESCRITÓRIO DE REPRESENTAÇÃO
O segmento da produção cafeeira está implantando um escritório de representação em Brasília que conta com a participação do CNC, da Comissão de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e Organização das Cooperativas Brasileiras -OCB tendo à frente o consultor Francisco Ourique.
Segundo o presidente da Cooparaiso, José Fíchi-na, esse escritório montado dentro da CNA pretende agilizar as medidas relacionadas à cafeicultura, e tem o objetivo de congregar todo o material de acompanhamento, visando instrumen-talizar o setor em produzir sugestões e alternativas de política, baseadas em propostas técnicas.
Fíchina salienta que o trabalho já foi iniciado e para isso terá uma pequena equipe, com o apoio de membros da CNA para que seja realizado um acompanhamento técnico de todas as iniciativas na área de política cafeeira do Brasil e de outros países. Nádia Bícego