Secretaria Municipal de Saúde intensifica campanha preventiva contra o Hantavirus

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 11-08-2002 00:00 | 1006
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A Secretaria Municipal de Saúde em São Sebastião do Paraíso, através das ações de controle de Zoonoses está intensificando a campanha de prevenção contra a doença denominada hantavirose. Pouco conhecida, a infecção faz parte de epidemias que vem ceifando vidas em muitos locais do País. Em Minas Gerais a direção regional e a Secretaria Estadual de Saúde confirmam a existência de 11 casos. Para evitar quaisquer surpresas, Manoel José de Pádua, coordenador municipal de Educação e Saúde, anunciou ao Jornal do Sudoeste as principais recomendações de prevenção da doença.
A campanha preventiva tem a colaboração dos demais órgãos e entidades de saúde do município. O empenho na ação de combate a qualquer facilidade para proliferação do Hanta-virus conta também com o trabalho da Divisão de Vigilância Epidemiológica que vem usando os meios de comunicação e divulgação nas escolas para explicar as melhores maneiras de se evitar a contaminação. O coordenador Manoel Pádua explica que o objetivo de informar rapidamente quais as medidas devem se tomadas é uma postura de controle visando identificar situações e todo conhecimento sobre a doença. 
"Primeiro devemos saber o que é, como se transmite, sintomas, os procedimentos em caso de infecção e as medidas de prevenção recomendadas na zona rural e na zona urbana. Depois queremos manter o tranqüilidade de não termos nenhum caso registrado no município", destacou

O QUE É O HANTAVIRUS
Com linguagem simples, Manoel Pádua detalha cada informação disponível para a identificação. Segundo ele, a hantavirose é uma doença viral considerada grave e que se manifesta sob forma de febre hemorrágica, com comprometimento renal e pulmonar. Os sintomas são variados. "A doença ocasionada por Hantavirus atinge jovens e adultos que quando infectados podem apresentar edema agudo de pulmão" avisou. O quadro pode evoluir rapidamente, apresentando febre hemorrágica e síndrome renal. A progressão leva a falência das funções respiratórias, advindo pressão alta, insuficiência aguda e choque circulatório resultando em óbito, completou.

PRINCIPAIS SINTOMAS E TRANSMISSÃO
A doença ocasionada por Hantavirus, foi descoberta em 1993. Trata-se de vírus da família Bunyaviradae, gênero Hantavirus, com distribuição universal. Tem como reservatório pequenos mamíferos, principalmente roedores silvestres que se infectam pelo vírus e, após um período de viremia, desenvolvem imunidade e apresentam anticorpos, os quais não são suficientes para total eliminação do vírus. O roedor passa, então, excretá-lo pela urina, fezes e saliva.
A transmissão se dá através da inalação de poeiras contaminadas ou contato com fezes, urina e saliva de ratos in-fectados. O vírus o de sobreviver por várias horas no ar. Além da via respiratória, o contato das fezes e urina de ratos com pequenos ferimentos na pele, olhos, nariz e boca pode provocar a entrada do vírus no organismo humano. "Inicialmente ocorre febre, dores pelo corpo, na cabeça. Em estado de caso grave, há dificuldade para respirar", observa Manoel. 
Os sintomas podem parecer de uma a seis a seis semanas após o contagio. "Aproximadamente metade deles apresenta também dor de cabeça, tonturas, calafrios, náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal e todos podem, posteriormente, apresentar tosse e falta de ar", acrescentou.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE
Conforme explica o coordenador municipal, embora o conhecimento que se tem nos últimos seis anos sobre a Hanta-virose, pesquisadores do Laboratório Central do Instituto Adolfo Lutz levantaram medidas de prevenção e controle dos roedores. "Vale lembrar algumas situações especiais", diz Manoel Pádua, ressaltando a campanha da Secretaria Municipal de Saúde. "Muita gente adquire a infecção sem apresentar os sintomas, portanto é importante evitar as situações mais comuns em que pode haver o contágio", comentou.
O programa de controle visa diminuir a população de roedores reduzindo o risco de transmissão de várias doenças. "A melhor maneira de se evitar a contaminação é a prática da higiene ambiental", cita Manoel. Na zona rural, a recomendação é para manter limpo áreas de provável habitação de roedores: túias, silos, paiol, depósito de ração e sementes, cômodo em que se guarda objetos. Deve-se evitar pilhas de madeiras, entulhos em áreas próximo às casas até 30 metros.
Na zona urbana, manter a casa limpa é a principal orientação, evitando acúmulo de lixo em quintais ou próximo as residenciais. Em imóveis ou cômodos que ficam fechados por muito tempo, é importante abrir as portas e janelas permitindo a ventilação do local. "O que desejamos é que todos tomem consciência do perigo de contaminação e passem a usar as medidas preventivas, precavendo-se de possível contaminação em local e área de risco", concluiu o coordenador de educação e saúde, Manoel Pádua.