Dois produtos de primeira necessidade e que fazem parte da cesta básica estão ficando inacessíveis para o consumidor de baixa renda e do infeliz desempregado: o gás de cozinha e o óleo de soja.
O gás teve alta acumulada de janeiro deste ano na ordem de 62% e o óleo de soja mais de 70% . O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de soja e não poderia estar tão caro assim.
Segundo explicam os economistas, o preço da soja está atrelado ao dólar. Subindo o valor do dólar, a saca de soja também sobe de cotação. Até que para os produtores, mais que nunca merecem obter lucros com suas lavouras, porque anos atrás trabalharam com prejuízo. Mas esse valor atrelado ao dólar tinha que ser para efeito de exportação, pois, 99% do trabalhador brasileiro recebe seu salário ou demais rendimentos em moeda brasileira, o real.
O poderia de compra do povo está despencando, provocando desemprego, falência de empresas, afora outras questões sociais que acarretam desde a perca da saúde da população, até a violência e insegurança pública.
Se não afrouxar, como afrouxou no início do ano, quando não conseguiu abaixar o preço da gasolina, ficando como os empresários queriam, o consumidor está aguardando para ver se realmente o Governo Federal vai interferir no mercado e fazer com que o gás de cozinha seja vendido em bases que era vendido no início do ano, ou seja, entre R$ 18,00 a R$ 20,00 - podendo ser acrescentado somente R$5,00 sobre esses valores, conforme foi dito.
Vamos esperar para ver como fica essa queda de braços entre empresários e governo. No entanto, também é verdade que o empresariado têm sido esfolado com inúmeros impostos e aumentos de tarifas, um caso a ser pensado. Nessa prática gulosa de órgãos governamentais, quem está pagando o pato é o trabalhador.
É preciso monitorar o preço do óleo de soja que está virando produto de luxo.
Em cidades do Triângulo Mineiro, o gás está sendo comercializado a R$25,00 - entregue na casa de quem adquirir o produto, isto há mais de dois meses. O consumidor de Cássia, em nossa região, na última semana, conforme registra a foto do JORNAL DO SUDOESTE, já estava pagando entre R$21,00 e R$ 21,50.
Como em perfeito juízo, e certamente é o caso dos revendedores de Cássia, ninguém trabalha para ter prejuízo, é sinal que está havendo algo a ser melhor apurado. Até prova em contrário, e esse tem sido o nosso ponto de vista, não é de hoje, o problema pode se chamar ganância.
No final de semana a Agência Nacional de Petróleo, atendendo ao puxão de orelhas do presidente Fernando Henrique, determinou que a Petrobras reduza o preço do gás de cozinha, botijão de 13 quilos, em 12,4%, devendo ser repassado ao consumidor esse desconto, já no início dessa semana.
O governo perdeu mesmo as rédeas do controle, e seria preciso tomar como ponto de partida, pesquisas feitas em todo o País. Enquanto em Brasília se praticava valor exorbitante, bem debaixo de seu bigode, aqui em Cássia, nas Minas Gerais, a redução já havia sido feita para R$21,00.
O preço do botijão de 13 quilos custa hoje na refinaria, para os distribuidores R$8,97 e vai cair para R$7,86. Se não fosse a ganância, obviamente que daria para o produto ser vendido ao consumidor por R$21,00 como está acontecendo em Cássia, disse ao Jornal do Sudoeste um revendedor de gás em Paraíso, que pediu para não ter o seu nome identificado, temendo por perseguições.
Nessa novela do gás e óleo de soja, o que não falta é vilão.
Sebastião Tadeu Ribeiro