Acesso aos deficientes físicos necessita de mudanças

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 22-09-2002 00:00 | 682
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Quem anda normalmente pelas ruas de São Sebastião do Paraíso, não imagina as dificuldades encontradas em realizar o mesmo percurso quando se trata de um deficiente físico. 
Deficiente física, a auxiliar de secretaria Elaine Cristina Alexandre, comenta que muitos progressos já foram feitos nesta área, contudo ainda há muito fazer. "Caminhando pelo centro, é possível encontrar algumas benfeitorias visando respeitar o espaço dos portadores de deficiência. Mas, é só se afastar dele e as dificuldades começam: calçamento de paralelepípedos, calçadas com degraus, cruzamentos extensos, enfim, um verdadeiro desrespeito," afirma.
Elaine lembra a necessidade de se fazer modificações no Anfiteatro Municipal, que devido às escadarias existentes nas duas únicas entradas, tornam o acesso impossível ao portador de deficiência. "Já passei vontade de assistir peças, sessões de cinema organizadas para as escolas e até mesmo palestras que contribuiriam muito para o meu desenvolvimento profissional. Mas, não pude ir, a não ser, se alguém com boa vontade se oferecesse para me carregar até o andar," salienta. 
Entre outros lugares que a auxiliar de secretaria considera inacessíveis, destacam-se alguns clubes da cidade, templos religiosos e os estabelecimentos comerciais, onde, conforme explica, há pouco espaço para movimentar a cadeira de rodas e os provadores de roupas são pequenos e apertados.
Elaine afirma ainda que bancos reservados aos deficientes físicos nos ônibus circular não ajudam muito. "Não adianta ter um banco especial dentro do ônibus, se não conseguimos subir os degraus de acesso," comenta.
Contudo, a jovem afirma que bancos e certas repartições públicas como a Biblioteca Municipal, garantem uma maior comodidade, respeitando os direitos dos portadores de necessidades especiais. "Espero sinceramente que em breve alguém realmente lute e defenda o direito de ir e vir com dignidade, direito este, que se aplica a todos, inclusive aos deficientes físicos," concluiu.
Elezângela Ap. de Oliveira- P.A. J.