O que poderia ser uma simples discussão por uma pendência financeira, acabou resultando na apreensão de aproximadamente 150 gramas de maconha. Segundo a polícia, duas mulheres desentenderam-se e ao ser informada da briga, um detalhe chamou atenção: uma delas estaria traficando e havia acabado de chegar de Ribeirão Preto-SP.
Os policiais, compareceram a Rua Rubens Vieira Reis, bairro São Judas Tadeu, encontrando a doméstica, Elizabete da Silva Belote, 25, que discutia com a dona de casa Maria Aparecida dos Santos, 53. "Bete" havia chegado de Ribeirão Preto e encontrou seus pertences e móveis do lado de fora da casa em que mora. O despejo foi uma ação da proprietária "Cida" que assegurou não estar recebendo o aluguel (R$100 reais), responsabilizando a inquilina pelo atraso.
Conforme havia recebido a denúncia os policiais conferiram a informação e sendo autorizados, encontraram na bolsa de Bete certa quantidade de substância identificada como maconha, algo em torno de 150 gramas. Diante da descoberta, Bete anunciou que a droga pertencia a Cida e ao irmão dele, José Vitor. Contou também que vendia o produto para três filhos da Cida. Assustada com a acusação, a mulher passou mal e foi levada ao pronto Socorro e posteriormente a Delegacia.
Depoimento
O auto de flagrante foi efetuado pelo delegado Dermeval de Castro, que ouviu as versões dos envolvidos e testemunharam. Bete contou que é solteira e tem duas filhas menores. Assumiu a posse da droga e acrescentou não ser usuária. Também isentou Cida da acusação feita, justificando-se. "Deixei de pagar o aluguel ( segundo ela (R$80,00) para comprar droga" comentou.
O ato foi motivado segundo ela, por não conseguir emprego e precisar sustentar as duas crianças. Chamou atenção o valor pago pela droga, R$300 reais, segundo informou Bete, sem fornecer a identificação do vendedor em Ribeirão e quanto estaria lucrando com a operação.
Natural daquela cidade paulista, para onde freqüentemente viaja, Bete confessou que a droga destinava-se ao tráfico. "Eu disse que a droga era dela porque estava nervosa. Ela não poderia ter feito aquilo", referiu-se ao despejo dos móveis.
A Polícia descobriu que Bete mantinha relacionamento com o detento Juliano César Cassimiro, o "Juninho Negão" e suspeitou de possível orientação do preso a ex-namorada.
Além da droga, na sua bolsa, foram encontrados papéis com números de telefones que ela disse ser de parentes. Porém, não soube explicar direito bilhetes, com inscrições sobre "corrida" e "continuar com a responsa", termos que segundo a polícia podem estar referindo a prática do tráfico.
Depois de ser ouvida pelo escrivão Aguinoel Duarte, Bete foi autuada em flagrante no artigo 12 da Lei 6.368/76 e deverá responder pela prática de tráfico. Encontra-se recolhida na cadeia a disposição da Justiça.