O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) publicou no Diário Oficial União desta sexta-feira, 22 de novembro de 2002, o Aviso de Licitação, modalidade concorrência pública, n.º 067/2002, para serviços de construção de passarelas metálicas sobre rodovias federais no Estado de Minas Gerais, entre elas a BR 265 e 491, anel viário de São Sebastião do Paraíso.
O edital completo estará disponível para aquisição na quarta-feira, 27 de novembro, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30, na avenida Prudente de Morais, n.º 1.641, 8º andar, no bairro Coração de Jesus, em Belo Horizonte, capital. Neste local também ocorrerá a entrega de propostas das empresas concorrentes, com a abertura dos envelopes, marcado para o dia 30 de dezembro deste ano, às 9h. De acordo com o Aviso, serão licitadas obras para construção de três passarelas na BR 491 (em frente aos bairros Cidade Industrial, Alto Bela Vista e Jardins Alvorada e Itamaraty) e uma na BR 265 (em frente ao bairro Cidade Nova).
Segundo informam seus assessores, "a prefeita Marilda Melles esteve a semana toda em Brasília para conseguir a publicação deste edital, bem como a liberação dos recursos". As obras para a construção de quatro passarelas em São Sebastião do Paraíso devem exigir um investimento superior a R$ 1 milhão para garantir segurança para o cidadão.
A Prefeitura entregou no início de 2001 um projeto estrutural no antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) para a realização das obras, mas com a reestruturação desse órgão e o período eleitoral, o processo esteve paralisado.
As obras são reivindicadas pela população desses bairros que, diariamente, correm risco de vida ao atravessarem as rodovias. Nos últimos dias, três pessoas morreram vítimas de acidentes ocorridos nas BRs. Os fatos motivaram intensa discussão entre os vereadores na última reunião da Câmara (21/11), inclusive com a participação de familiares das pessoas que faleceram. Uma sugestão apresentada foi que, enquanto não se constrói as passarelas, que se colocassem obstáculos nas rodovias, diminuindo a velocidade dos veículos que trafegam pelo local.
A Prefeitura, então, entrou em contato com o DNIT para conseguir autorização e realizar estas obras emergenciais. O pedido foi negado pelo Departamento, que prometeu responsabilizar a administração caso ela faça os quebra-molas e no local ocorra novos acidentes.
Manifestantes interrompem tráfego na BR-491
O terceiro acidente em menos de um mês em um trecho da BR-491, dentro do perímetro urbano de São Sebastião do Paraíso, foi o estopim para uma manifestação realizada na tarde de ontem, nas proximidades do bairro Cidade Industrial, região do Terminal Rodoviário. A iniciativa tomou corpo, depois que familiares de Gasparina Maria dos Reis, 63, vítima de atropelamento, com morte instantânea, foram até a Câmara Municipal, exigir mais segurança para pedestres, naquele local.
Diversos vereadores se manifestaram sugerindo providências emergenciais, até que a Prefeitura construa as passarelas previstas, cujo edital de licitação foi publicado no Diário Oficial da União, na última sexta-feira, 22.
Foram sugeridos redutores de velocidade, e também uma passagem subterrânea ao asfalto. Uma comissão de vereadores esteve na Prefeitura na manhã de sexta-feira, 22, tratando com do assunto com secretários municipais. Como se trata de uma rodovia federal, foi mantido um contato com o DNIT (antigo DNER) solicitando autorização para se colocar redutores de velocidade, mas foi negado.
Diante disso, familiares de vítimas de acidentes, moradores de bairros das imediações e com o apoio de vereadores, promoveram manifestação na tarde de ontem, exigindo providências, no sentido se oferecer maior segurança na travessia de pedestres.
"Não queremos que aconteça com outras pessoas o que aconteceu com a nossa mãe", disse Zuleida da Silva Barros, lamentando a morte de sua mãe Gasparina. Conforme explicou, ela estava voltando do "postinho de saúde", onde foi buscar resultados de alguns e exames, e foi atropelada.
Jovem moradora diz de sua preocupação
A jovem Jaqueline de Matos, 16, mora no Jardim Ouro Verde, próximo ao Bairro Cidade Industrial. Contou à redação do jornal do Sudoeste, a opinião que mantém a respeito do acidente ocorrido terça-feira, 19.
"Minha mãe trabalha numa madereira localizada nesse bairro. Todos os dias para ir e voltar, ela precisa atravessar a rodovia. Devido às curvas, muitas vezes não é possível ver quando os carros e caminhões surgem, o que torna a travessia perigosa.
Ao invés de fazer asfalto, a Prefeitura deveria fazer as passarelas que prometeu. Até quando as pessoas precisarão morrer para que seja tomada alguma providência?
Todos os dias quando dá o horário da minha mãe chegar, fico preocupada, com medo de que tenha acontecido algum acidente com ela. Imagino se um dia eu chegar em casa e tiver a mesma notícia que a família daquela mulher teve, pior ainda, e se um dia ela não voltar do serviço no fim do dia?
Está na hora de ver retribuída a nossa confiança, e o primeiro passo para isso, é a construção da passarela prometida em época de campanha eleitoral e tão necessária para a população do Cidade Industrial e bairros vizinhos."