Os números não são oficiais, pois a assessoria de comunicação do Banco do Brasil, em Belo Horizonte, disse não iria se pronunciar pelo caso. Mas de acordo com informações obtidas pelo Jornal do Sudoeste, a clonagem de cartões magnéticos do Banco do Brasil, no caixa eletrônico localizado na Praça dos Imigrantes, próximo à Prefeitura de São Sebastião do Paraíso, ocasionou saques em nomes de aproximadamente 60 clientes da agência. O golpe atingiu algumas autoridades do município que tiveram seus limites de cheques-especiais sacados.
A prática que há muito vem se tornando cada vez mais comum nos grandes centros, chega também de forma assustadora no interior. A ação é atribuída a quadrilha especializada, e segundo informações de fonte bem informada, "não é a primeira vez que ocorre em Paraíso". Anteriormente, numa outra instituição bancária, conforme explica, assim que os clientes notaram a fraude, o fato foi levado ao conhecimento da gerência que "cuidou de abafá-lo".
No caixa eletrônico do Banco do Brasil a fraude foi notada a partir do dia 2 deste mês. Uma das vítimas ouvidas pelo Jornal do Sudoeste que terá seu nome preservado por se tratar de uma autoridade local, disse que os saques em sua conta foram feitos por via eletrônica, possivelmente pela Internet, de uma cidade da Argentina. "Foram sacando, em dólar, até esgotar o meu limite de crédito no Banco", disse. Conforme está sendo apurado, com a senha de clientes que tiveram seus cartões clonados, compras foram feitas nos Estados Unidos.
O valor total dos saques não foi informado. Chegou a ser cogitado algo em torno de R$60 mil, no entanto, o montante pode ser bem superior. Na Delegacia de Polícia não foi possível se conseguir detalhes sobre o golpe. Na sexta-feira, fechamento desta edição, o delegado Marcus Roberto Piedade, do setor de Crimes contra o Patrimônio, estava atuando em Delfinópolis e não pôde ser ouvido pela reportagem do "JS", sobre o ocorrido.
Entretanto, no meio policial, não se descarta a participação de "hackers", pessoas que usam a Internet para invadir sistemas, inclusive os bancários, e realizar transferência de vultuosas cifras.
O gerente da agência do Banco do Brasil em Paraíso, estava em viagem e outros funcionários que ocupam cargos administrativos explicaram que não estavam autorizados a comentar o caso. O mesmo ocorreu em relação à assessoria de comunicação do Banco, em Belo Horizonte.
Conforme o Sudoeste tomou conhecimento, o golpe da clonagem foi feito com a retirada da parte frontal do caixa eletrônico, até então, fixado por um parafuso lateral, e a colocação de um dispositivo, chip, no qual ficaram registrados os cartões magnéticos de clientes que se utilizaram daquela máquina, para algum tipo de operação. No caixa, na sexta-feira, 6, ainda estavam as marcas da cola utilizada pelos autores, para fixar o painel.
O sistema foi substituído, inclusive o dispositivo que faz a leitura do cartão magnético, e o sistema de fixação do painel que passou a ser mais seguro. Via telefone, Paulo Vieira, assessor de comunicação do BB em Belo Horizonte, fez rápida avaliação.
Segundo ele, o Banco do Brasil não comenta este tipo de assunto. Entretanto, adiantou que o cliente não ficará prejudicado e a agência tomará providências cabíveis de averiguação e ressarcimentos. Vieira aproveitou para tranquilizar o usuário do banco, expressando que o BB e todas as instituições bancárias têm trabalhado e investido em sistema de segurança. "O caixa eletrônico é um avanço tecnoló-gico que veio facilitar a vida do cliente, dando melhores condições para ele movimentar suas contas em qualquer parte do Brasil, ou via Internet", concluiu.
Em casos semelhantes, segundo informações, agências bancárias teriam o prazo de 60 dias para analisar, e se for o caso, ressarcir seus clientes. Essa providência já estaria sendo tomada pelo BB em Paraíso.