Aumento na tarifa de circular surpreende usuário

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 12-01-2003 00:00 | 727
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Na volta ao trabalho, depois do final de ano, usuários do transporte coletivo em São Sebastião do Paraíso foram surpreendidos com reajuste da tarefa. O valor do passe, de R$ 0,85 passou a R$ 0,90. O aumento surpreendeu até mesmo vereadores, que geralmente apreciam a autorização do Executivo, que é quem aprova o pedido de reajuste da empresa. Entretanto, o valor é um dos mais baixos da região, conforme asseguram diretores da empresa Viação Paraíso, responsável pela transporte coletivo e que atua há dois em Paraíso.
Desde o dia 26 de dezembro de 2002, o usuário paga 5,8% mais caro a tarifa do ônibus circular. O aumento foi anunciado pela Viação Paraíso com dois dias de antecedência, através de aviso fixado no interior dos coletivos. O empresário Severino Domingos Lopes, um dos diretores proprietários da empresa (mantém sociedade com o irmão Hilário Antonio Lopes) admitiu ao Jornal do Sudoeste que o período não foi de grande movimento, fato que justifica a surpresa dos usuários. "Logo que a Prefeitura autorizou, foi colocado um aviso que circulou nos dias 24 e 25, sendo a nova tarifa de R$ 0,90", comentou. 
Domingos Lopes também explicou que o percentual reajustado foi apenas uma equivalência para equilibrar os custos da empresa diante dos sucessivos aumentos de preços dos combustíveis. Conforme relatou, a Viação Paraíso atua com 13 ônibus para o transportes coletivo entre os em serviços e os sobressalentes. Temos quatro linhas e usamos noves veículos. Outros quatro são para atender as substituições que são necessárias, ora por limpeza, ora por problema mecânico que pode acontecer e o reparo é imediato", acrescentou.
Lopes explicou ainda que o valor é um dos mais baixos da região. Em Guaxupé, há mais de um ano a tarifa é R$ 1,00. Em Passos custa atualmente R$ 0,90, mas poderá ser reajustado para mais de um real", citou. "O reajuste foi irrisório se comparado com o custo de operação da empresa. Só de óleo diesel gasta-se em média 36 mil litros ", completou. 
A empresa opera quatro linhas e vem investindo na aquisição de ônibus. Lopes assegura que a qualidade em servir é a meta da empresa, que atua com mais de 60 funcionários, entre motoristas, cobradores, mecânicos, pessoal de limpeza e escritório. "Nós temos este compromisso com a população e com a municipalidade, portanto, estamos operando com exclusividade em Paraíso, para prestar da melhor forma possível o transporte coletivo urbano", comentou.

Repercussão sobre a nova tarifa
A balconista Rita Maria Cintra diariamente utiliza o coletivo urbano para retornar a sua casa e ficou surpresa ao ser informada pelo cobrador sobre a nova tarifa. "Não me lembro de ter visto o aviso, mas ao pagar R$ 0,85 ele disse que estava faltando e pensei que havia perdido alguma moeda porque sempre levo trocado", comentou. Rita alega que por questão de economia utiliza o circular apenas uma vez por dia. "tem que pagar, fazer o quê?", retrucou, sobre o aumento.
Selma Manoel, florista também não lembra de ter visto o aviso de antecedência, mas observou que a empresa informou dia 26 que a tarefa era noventa centavos. Na sua opinião o preço é justo se comparar a distância entre os bairros e serviço prestado pela empresa que tem um custo de operacionalização. "Concordar a gente não concorda, mas não há outra alternativa para quem precisa do circular, considerou. "Imagine quem necessita do ônibus quatro vezes ao dia, vai gastar no final do mês em torno de R$ 75,00 só de transporte", avaliou. Selma usa o coletivo uma vez ao dia de segunda a sexta-feira.
Em quase todas as opiniões ouvidas pela reportagem, os usuários manifestaram a surpresa pelo reajuste da tarifa, mas disseram-se satisfeitos com o trabalho da empresa Viação Paraíso. Por outro lado, o vereador Márcio da Silveira e coordenador jurídico do Procon, estranhou a Câmara não ter apreciado a autorização do Executivo. "Pelo que me consta, este assunto não passou pela casa", informou.
Conforme explicou, "a aprovação é direta do Executivo mediante a apresentação de uma planilha de custo e a Câmara apenas referenda o aumento, questão não necessária e obrigatória. Márcio acredita que o período de recesso tenha impossibilitado a avaliação do reajuste pelo Legislativo. "O custo de vida está cada vez mais alto e todos pagam o preço da comodidade de uma forma ou de outra", concluiu.