Alexandre "Touro" recapturado volta às grades em Paraíso

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 16-02-2003 00:00 | 886
Foto:

Entre as fugas mais misteriosas, a ocorrida em 15 de dezembro de 2002 e de repercussão regional, está tendo um desfecho que significa ponto de honra para a polícia em São Sebastião do Paraíso. Na manhã de quarta-feira, 12, foi apresentado na 48ª DRSP, Alexandre José Nascimento, 25, o "Touro". Ele foi localizado há dias em uma favela na cidade de Ribeirão Preto - SP. Surpreendido e preso, novamente está de volta a cadeia de Paraíso, onde se encontram três dos noves detentos que fugiram. Outros dois (Ceará e Pastor) estão presos no Estado de São Paulo, totalizam nove recapturados. A polícia espera localizar ainda outros dois nos próximos dias.
A prisão de Alexandre Touro, acusado e condenado pela morte do casal Maiky e Rosely, em julho de 2002, segundo o inspetor Ideraldo, foi tranqüila. O fugitivo não esboçou nenhuma reação". A localização do Touro não foi fácil, admite o policial. Desde de 15 de dezembro do ano passado, Alexandre havia escapado da cadeia local, por um túnel. Na oportunidade, nove detentos fugiram. Touro é o quarto a ser recapturado, juntando-se Kelson Donizete da Silva, Alex Fabiano dos Santos, Jarbas Alves Pacheco ( Pastor), e Nicodemus de Jesus Xavier Monteiro (Ceará). "Nós estamos levantando a trilha de outros dois fugitivos e esperamos trazê-lo nos próximos dias", disse o inspetor.

Operação especial
Os detetives Ideraldo, José Augusto e Rodnei, por estarem fora da jurisdição estadual, contaram com apoio de policiais do Departamento de Investigação Geral - DIG e da GARRA, que fizeram em conjunto uma operação especial na Favela da Mangueira, em Ribeirão Preto. "Com base no trabalho de investigação de quase dois meses, checando e eliminando informações, localizamos o Touro", contou Ideraldo em entrevista coletiva a imprensa. O fugitivo estava sendo observado dias antes, jogando fliperama em um bar da favela. 
"Sua movimentação foi monitorada por nós, aguardando apenas o momento certo da abordagem", relatou. "O local é perigoso. Durante a campana soubemos que gente daquele local tem ligação com facções criminosas (do tipo PCC - grupo paulista que comanda o crime naquele estado e age vários locais), acrescentou José Augusto, policial integrante da equipe que foi a Ribeirão Preto recapturar Alexandre. Os policiais paraisenses descobriram que Touro estava em constante alerta, porém no ato da prisão não portava nenhuma arma.

Poucas palavras
Questionado pelo repórteres durante entrevista coletiva na 48ª DRSP, Alexandre Touro optou pelo silêncio. Limitou-se apenas a dizer poucas palavras, alegando que não matou ninguém, referindo-se o caso da morte do casal em que foi acusado como autor, julgado e condenado a 26 anos de reclusão. De volta a cadeia, os policiais disseram que nova cela aguardava o fugitivo, diferente daquela em que fugiu no dia 15 de dezembro do ano passado, após cavar um túnel de aproximadamente 20 metros, por onde escaparam um grupo de nove presos.
Alexandre quando fugiu ocupava a cela número três no pavilhão inferior. Uma semana antes da fuga consumada, havia feito uma tentativa e chegou a ficar poucos metros da rua, tentando escapar pelo telhado. Agora recapturado, seu destino na cadeia local estava sendo cogitado na parte superior, embora o delegado regional acenou a possibilidade da transferência dele e de outros detentos que cumprem pena.

Entenda o caso
O lavrador Alexandre José Nascimento, atualmente com 25 anos e a menor F.D.L. foram apontados como autores da morte do bioquímico Maik Bandeira Kobanauwa, 23, e Rosely Aparecida Fernandes, 34, balconista. O crime foi registrado por volta das 07:30 h. do domingo, 28 de julho, e deixou a população estarrecida com a brutalidade empregada no duplo assassinato.
Embora o delegado Osmar Patti Magalhães tenha concluído o inquérido, indicando que houve latrocínio, o homicídio, na época acabou gerando diversas versões. Alexandre e a menor F.D.L. apresentaram depoimentos confusos e desencontrados, mas para a polícia não ficou dúvidas de que foram eles os autores do atentado a vida do jovem casal. Primeiro os dois assumiram a autoria e depois Alexandre passou a negar que foi ele quem matou. 
Sempre usando de poucas palavras, deixou com que a menos, assumisse a responsabilidade. Ela foi taxativa e confirmou em entrevista coletiva: "matei e matei mesmo".
Condenado a 26 anos, Touro ficou preso na cadeia local, de onde tentou varias vezes fugir. Em uma delas conseguiu, numa fuga que outros oitos detentos escaparam por um túnel. Por ser menor. F.D.L. teve apenas reclusão provisória decretada durante o inquérito.