O vereador Valdeci Amorim de Lima em indicação apresentada na Câmara, quinta, 5, solicitou seja encaminhada ao diretor municipal de Saúde e Ação Social, médico Marcelo Safatle Soares, sua preocupação quanto ao grande número de pacientes renais que estão superlotando o serviço de hemodiálise da Santa Casa de Paraíso. .
De acordo com o vereador, as instalações da Santa Casa, para tratar de pacientes com doença renal crônica, é o que há de moderno no mundo, servindo inclusive de referência. "Mas em virtude do número volumoso e crescente de pessoas com essa doença, o serviço está com suas vagas todas ocupadas", comenta.
No entanto o que mais chama a atenção, conforme diz, é que o maior número dos doentes renais que ocupam esses equipamentos são de outras localidades o que, pela divisão da Diretoria Regional de Saúde - DRS, essas pessoas nem deveriam estar neste centro e alguns paraisenses precisam ir para outras cidades fazer esse tratamento.
"Não quero que mandem eles embora, somente que os doentes de Paraíso não precisem sair da cidade para dialisar. Conheço bem a história da montagem do centro, o motivo foi exatamente porque tinham paraisenses sofrendo, viajando a semana inteira para tratar fora. Hoje temos um grande centro e problema continua", reclama.
A maior indignação de Valdeci, segundo ele, é que foi informado pela DRS, que os custos são pagos por modalidade plena, e isso significa que todo o serviço realizado seria pago sem questionar a meta física.
"Saliento também que quase 100% dos centros de diálise do Brasil funcionam em três turnos. Não entendo o motivo de aqui ainda não ser desta forma, pois, no meu entender, aumentaria muito a receita da instituição".
Valdeci disse que não sabe o que responder quando famílias o procuram para pedir ajuda para tratar de um serviço que tem em nossa cidade e é tido como referência", finaliza.
"Não tem mais vagas", diz supervisor administrativo
De acordo com o supervisor administrativo da área de saúde, Wandilson Aparecido Bícego, esse problema será resolvido com a Programação Pactuada Integrada - PPI, que é feita a regionalização do município. "Paraíso funciona como um centro, ele é pólo da microrregião e o serviço da Santa Casa é referência. Atendemos cinco municípios da nossa região em Paraíso".
Wandilson afirma que esta situação está acontecendo devido ao número de hemodiálise ter aumentado muito de uns tempos para cá. "A Santa Casa está caminhando para o terceiro turno. Já adquiriu máquina que faltava e está capacitando o pessoal para trabalhar. É uma questão de tempo. Logo já estaremos organizando isso".
"A questão de estarmos atendendo pacientes de outras cidades e mandando pacientes de Paraíso para fora é porque fizemos um acordo e temos um compromisso com essa região. Se temos um compromisso, temos a obrigação de estar atendendo. Só que os casos antigos estão sendo tratados aqui, só os novos vão para fora porque já chegamos no nosso limite", comenta o supervisor.
Segundo afirma está sendo fechada a PPI, nela Capetinga, por exemplo, vai ser encaminhada para Passos. "Mas, enquanto não fecharmos, não há como resolver isso", enfatiza..
Segundo o Centro de Hemodiálise da Santa Casa, atualmente 67 pessoas fazem tratamento no município, sendo que três paraisenses tratam-se em Passos, porém, desses três, dois devem ser chamados em breve para serem atendidos na cidade.
Nádia Bícego