Ele é o “patinho feio” que chegou pra ficar na Fórmula 1 e nos principais campeonatos de monopostos. Por enquanto apenas a Fórmula 1 e a F2 estão usando o halo, peça que envolve o cockpit para melhorar a segurança na altura da cabeça dos pilotos, e por coincidência, ou sorte, já salvou vidas nas duas categorias.
O impacto visual não deixa de ser estranho. Virou chacota com os memes da internet comparando-o às tiras das sandálias Havaianas. Mas os olhos se acostumam, e mesmo não sendo unanimidade entre fãs e até pilotos, o halo está cumprindo o propósito de proteger a cabeça dos pilotos como vimos no acidente da largada do GP da Bélgica em que Nico Hulkenberg errou e acertou em cheio a traseira da McLaren de Fernando Alonso que voou e deixou marcas de pneu no halo da Sauber de Charles Leclerc.
O halo evitou que a Fórmula 1 pudesse estar lamentando uma possível tragédia com o promissor piloto da academia da Ferrari que faz ótima temporada de estreia pela Sauber. Assim como salvou também a vida do japonês Tadasuke Makino na corrida de F2 da Espanha quando foi acertado no halo pelo carro do compatriota Nikei Fukuzumi.
O empenho do presidente da Federação Internacional de Automobilismo, Jean Todt, para que o halo fosse adotado este ano, já valeu a pena. Salvou vidas.
A Fórmula 1 está em Monza para a 14ª etapa do mundial e não poderia ser melhor o momento para a Ferrari correr em casa, diante de fanáticos torcedores, disponibilizando a seus pilotos o conjunto carro-motor mais eficiente que o da Mercedes.
A nova especificação do motor que a escuderia estreou em Spa-Francorchamps, na semana passada, pareceu ter superado os cerca de 40 cavalos de potência a mais que o motor Ferrari tinha em relação ao Mercedes antes da parada para as férias de verão na Europa. Só isso explica os impressionantes 11s061 de vantagem que Sebastian Vettel impôs sobre Lewis Hamilton na bandeirada do GP da Bélgica.
O Circuito de Monza, o mais veloz da temporada, é um indicativo de que a Ferrari pode ter outro final de semana como o da Bélgica que só não foi melhor porque choveu na última parte da classificação do sábado, e nessas condições o braço e o talento de Hamilton compensou as deficiências do modelo W09 da Mercedes e conquistou a pole position. Mas na corrida, com a pista seca, Hamilton não teve o que fazer diante de uma Ferrari muito forte nas longas retas de Spa-Francorchamps, e Monza também é composto de longas retas.
Hamilton viu a diferença de pontos cair de 24 para 17 no campeonato (231 a 214), restando ainda oito provas para o final da temporada. A sorte de Hamilton é que Vettel andou perdendo pontos importantes por erros que cometeu nos GPs do Azerbaijão, da França e da Alemanha que o colocaria em condições privilegiadas no campeonato. Hamilton capitalizou com os erros do alemão e lidera o Mundial.
Este será o 68º GP da Itália num circuito que é uma espécie de santuário do automobilismo. “Ninguém será grande, se não vencer em Monza”! A frase é quase uma máxima na Fórmula 1. E na disputa direta entre Hamilton e Vettel, está 4 a 3 para o inglês em número de vitórias em Monza. Além deles, apenas Fernando Alonso entre os pilotos em atividade já venceu a corrida duas vezes.