O deputado Antonio Carlos Arantes foi alvo de agressões verbais por membros do MST durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos realizada na quinta-feira, (22/11), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Arantes, que é presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, participava de um debate sobre a retirada de famílias da fazenda Ariadinópolis, no município de Campo do Meio.
A audiência pública reuniu cerca de 400 integrantes do MST. E ao fazer uso da palavra, o deputado defendeu a decisão do Tribunal de Justiça que determinou a desocupação da área e a reintegração de posse, quando teria sido ameaçado pelos membros do MST.
“Eu não sou contra a distribuição de terras a quem precisa e a quem tem aptidão para morar e produzir no campo. Para isso, o Estado tem muitas terras devolutas que podem ser usadas com esta finalidade, mas invadir uma fazenda particular, como a do Campo do Meio, é uma ameaça ao direito sagrado de propriedade”, explicou Arantes.
Mesmo diante de ameaças, o deputado Arantes continuou seu discurso: “A invasão da fazenda não atende aos objetivos de assentar o homem no campo. Eu estive lá e o que vi foi gente com carrão de luxo importado. Eu não vi ninguém trabalhando na terra. E a maioria nem na fazenda mora; fica tudo é na cidade. A ocupação da fazenda Ariadnópolis é pura especulação imobiliária porque é uma terra produtiva, que vale muito, mas que sempre teve dono”.
O deputado rebateu ainda denúncias de que os proprietários deviam ao governo: “Essa é outra mentira contada pelos invasores. A fazenda tem todas as certidões negativas dos governos federal e estadual e não deve nada a ninguém. E estou aqui com elas para mostrar a quem quiser”, destacou.
E aproveitando que estava na Comissão de Direitos Humanos, o deputado Arantes solicitou os membros da Comissão fossem até a cidade de Campo do Meio para ver como os invasores agem: “Eles ameaçam qualquer um de morte. Basta ser contra o que eles querem”, informou.
REINTEGRAÇÃO DE POSSE
A decisão de autorizar a desocupação da fazenda Ariadnópolis foi determinada no dia 6 de novembro. Para isto, eles tiveram 10 dias para cumprir a lei. De acordo com os representantes dos proprietários, cerca de 60% dos invasores já deixaram a área. Para os que ficaram foi determinada uma multa de R$ 5 mil por dia pelo descumprimento da decisão judicial.
A Comissão de Direitos Humanos marcou uma visita à fazenda Ariadnópolis nesta segunda, dia 26. E, a pedido de Arantes, a Comissão de Agropecuária e Agroindústria também debaterá o assunto nos próximos dias.