A mais longa temporada história da Fórmula 1 termina amanhã, no Circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi, 21ª etapa do Mundial. E chega em clima descontraído com os campeonatos de pilotos e de construtores já definidos. Lewis Hamilton conquistou o 5º título duas corridas antes, no México, e a Mercedes, também pela 5ª vez é a campeã entre as equipes, conquistado em Interlagos.
De mais relevante em jogo, a disputa pelo terceiro lugar entre Kimi Raikkonen que está se despedindo da Ferrari e vai correr pela Sauber no ano que vem, e Valtteri Bottas, o único piloto das três melhores equipes do ano que não venceu nenhuma corrida na temporada. Raikkonen leva 14 pontos de vantagem (251 a 237). Mas Bottas terá também que se preocupar com Max Verstappen, 4º colocado com 234.
Daí para trás não há nada mais expressivo em jogo. Daniel Ricciardo que faz sua última corrida pela Red Bull (será piloto da Renault no ano que vem) é o 6º colocado sem ameaçar e nem ser ameaçado por ninguém. Há uma briga que seria interessante não fosse apenas pela 7ª posição entre Nico Hulkenberg (69 pontos), Sergio Pérez (58), Kevin Magnussen (55), Fernando Alonso (50), Esteban Ocon (49) e Carlos Sainz (45).
Já entre as equipes, a Ferrari é a vice-campeã e a Red Bull a 3ª colocada, repetindo as mesmas posições do ano passado. Com 24 pontos a mais que a Haas (114 a 90), a Renault tem praticamente assegurada a 4ª posição. Com 62 pontos, a McLaren também não vai conseguir chegar na Haas. Mas com 48 pontos, a Force India pode tomar a 6ª posição da McLaren. A Force India era pra estar na rabeira da Renault, mas a equipe teve os 59 pontos que havia somado até o GP da Hungria anulados depois que foi salva da falência por um consórcio milionário e precisou começar do zero na segunda metade do campeonato. E em franca evolução, a Sauber pode até superar a Force India pela pequena diferença de pontos (48 a 42).
Olhando por este lado, o GP de Abu Dhabi não teria interesse algum. Mas tem. Lewis Hamilton fará de tudo para fechar o ano com mais uma vitória, que seria a 11ª da temporada e ele começaria 2019 com 18 vitórias a menos que Michael Schumacher, o próximo alvo da brilhante carreira deste fantástico piloto britânico.
Uma vitória de Sebastian Vettel seria fundamental para o alemão colocar a cabeça no lugar depois das turbulências que enfrentou na segunda metade do campeonato. Vettel não vence uma corrida desde agosto, na Bélgica.
Outro que ficaria bem na fita se vencer é Kimi Raikkonen, que daria um tapa com luva de pelica na Ferrari, provando que merecia mais um ano de contrato com a Scuderia.
Mas o que todo mundo está curioso para saber é qual será o desfecho se Max Verstappen e Esteban Ocon se encontrem pela pista depois do revés de Interlagos? Ocon era retardatário no GP do Brasil e tentou ultrapassar o líder, Max, quando os dois se tocaram e o holandês levou a pior e perdeu a corrida. Antes de ir para o pódio, Verstappen partiu para a agressão física desferindo empurrões no francês que será apenas piloto reserva da Mercedes no ano que vem por falta de equipe.
E quem alinhará pela última vez no grid é Fernando Alonso que está deixando a Fórmula 1 depois de 312 GPs, 32 vitórias, 22 poles, 97 pódios, 23 voltas mais rápidas e dois títulos mundiais conquistados em 2005 e 2006 com a Renault. Números que poderiam ser muito mais expressivos se o espanhol não tivesse arrumado tantas confusões por onde passou ao longo da carreira. Mas quem aprecia a bela arte de pilotar, certamente sentirá falta quando começar a próxima temporada e não ver o nome do espanhol na lista de inscritos.
A volta de Kubica
Robert Kubica nunca desistiu do sonho de voltar à F1 depois do grave acidente de 2011 numa prova de rali que o deixou com sequelas severas no braço esquerdo. Nesta semana a Williams oficializou o polonês como um dos titulares para o ano que vem ao lado do promissor George Russell.