A foto oficial de encerramento da temporada 2018 da Fórmula 1 tem um quê de especial. Porque os mesmos pilotos que estiveram na prova de abertura do Mundial, na Austrália, dia 25 de março, foram os mesmos do GP de Abu Dhabi, domingo passado e ao longo das 21 etapas do campeonato. E um detalhe importante: todos pontuaram!
É inédito na história da Fórmula 1. O campeonato foi o mais longo desde o surgimento da categoria, em 1950, com 21 provas e os 20 pilotos terminaram com pelo menos um ponto. Em Monza, o russo Sergey Sirotkin, da Williams, terminou na 10ª posição o GP da Itália e somou o seu primeiro e único ponto na Fórmula 1. Sirotkin é um dos seis pilotos não estarão no grid do ano que vem, assim como Fernando Alonso, Stoffel Vandoorne, Marcus Ericsson, Esteban Ocon e Brendon Hartley.
Agora, imagine se embaralharmos os personagens desta foto? É o que vai acontecer para ano que vem. Das dez equipes, apenas Mercedes e Haas manterão a mesma duplas de pilotos. O campeão Lewis Hamilton – agora dono de cinco títulos mundiais – e Valtteri Bottas permanecem na Mercedes, assim como Romain Grosjean e Kevin Magnussen, na Haas.
Nas outras mudam pelo menos um piloto, quando não os dois. A Red Bull permanece com Max Verstappen, mas não terá Daniel Ricciardo que vai para a Renault formar dupla com Nico Hulkenberg. Pierre Gasly que deixa a Toro Rosso, será o substituto de Ricciardo, na Red Bull.
A Toro Rosso terá nova dupla de pilotos. Um já é velho conhecido, Daniil Kvyat, que no ano passado foi dispensado por baixo rendimento e estava fora da Fórmula 1, atuando como piloto de desenvolvimento nos simuladores da Ferrari, foi chamado de volta por falta de opção no mercado de pilotos. O outro será estreante, Alexander Albon, inglês de nacionalidade tailandesa, 3º colocado no campeonato da F2, que substituirá o neozelandês Brendon Hartley.
Kimi Raikkonen não teve o seu contrato renovado com a Ferrari e assinou com a Sauber para substituir justamente o seu substituto na Ferrari, o promissor e revelação de 2018, Charles Leclerc, jovem piloto monegasco de enorme talento e com potencial para ser campeão num futuro próximo.
A McLaren também mudou tudo. Fernando Alonso se despediu da Fórmula 1, e o belga Stoffel Vandoorne, de talento muito maior do que o fraco desempenho que apresentou nesses dois anos, foi demitido. Os substitutos serão o espanhol Carlos Sainz Jr, que deixa a Renault, e o jovem Lando Norris, vice-campeão da F2 e piloto da academia da McLaren.
A Force India dispensou o promissor Esteban Ocon para abrir vaga ao canadense Lance Stroll que formará dupla com Sergio Pérez. A equipe esteve sob administração judicial e só foi salva da falência porque o pai de Lance, Lawrence Stroll, liderou um consórcio milionário que comprou a equipe para tirar o filho da Williams e colocá-lo num carro melhor.
Por fim, a Williams, lanterna do campeonato, que disputou a pior temporada de sua história, perdeu Stroll e dispensou Sirotkin para formar uma nova dupla com outro piloto promissor, George Russell, campeão da F2, ao lado do polonês Robert Kubica que volta à Fórmula 1 como piloto titular depois do grave acidente numa prova de rali que o tirou da categoria em fevereiro de 2011.
A temporada 2018 mal termina e já cria enorme expectativa para a próxima, que começa dia 17 de março, na Austrália.
Sergio Sette Câmara
Mineiro, piloto de desenvolvimento da McLaren, trocou a Carlin pela DAMS e parte para sua terceira temporada na F2 de olho numa vaga de titular da F1 em 2020.