O nome oficial da prova que encerra a 40ª temporada da Stock Car, amanhã, em Interlagos, é “Hero Super Final” – Hero, empresa especializada em segurança digital, patrocinadora do evento, e Super Final, porque será mesmo uma super final entre dois grandes pilotos da principal categoria do automobilismo brasileiro: Daniel Serra e Felipe Fraga. O que vencer será o novo bicampeão da categoria. Em 2016 deu Fraga, até hoje o mais jovem campeão da Stock Car, aos 21 anos. Ano passado, Daniel Serra fez um campeonato irretocável e também venceu pela primeira vez. Os dois chegam à final separados por 25 pontos, o que em teoria soa como vantagem confortável para Serra, mas na prática não é bem assim. A prova de encerramento do campeonato terá pontuação dobrada (60 pontos para o vencedor) e será um tiro curto de 40 minutos de duração e mais uma volta pelos 4.309 metros do Autódromo de Interlagos, pista que sempre proporciona disputas intensas e não raramente reserva surpresas.
Daniel Serra, 34 anos, piloto do carro 29 da RC Eurofarma, equipe comandada pelo experiente Rosinei Campos, o “Meinha”, tem 4 poles, duas vitórias e 297 pontos. É o líder do campeonato. Felipe Fraga, 23 anos, piloto do carro 88 da equipe Cimed Racing, comandada por William Lube, tem duas poles, 3 vitórias e 272 pontos. O que faz a diferença de pontos é a impressionante regularidade de Serra que desde a abertura do campeonato do ano passado não sabe o que é perder a liderança da Stock Car por um só instante.
Matemática do título
São várias as combinações de resultados e Serra corre pelo 4º lugar, independente do resultado de Fraga. Já Fraga, precisa da vitória e torcer para que o adversário termine de 5º para baixo. Felipe pode até ser 2º, 3º, 4º, 5º ou 6º, mas desde que Daniel não termine em 7º, 9º, 11º, 12º ou 14º respectivamente. E se Fraga terminar em 7º, Serra não pode pontuar. Qualquer outro resultado dará o título ao filho do tricampeão da Stock, Chico Serra.
Com quem eles podem contar
Pelo elevado nível de qualidade dos pilotos e o equilíbrio característico da Stock Car, há sempre uma lista de pilotos com chances de vitória a cada corrida, o que por si só joga a favor de Serra, já que o seu adversário na luta pelo título é o maior interessado em vencer a corrida de amanhã. O piloto do carro 29 ainda conta com a ajuda do companheiro de equipe, Max Wilson, campeão de 2010, e também com o amigo e ex-companheiro de equipe, Ricardo Mauricio, campeão de 2008 e 2013, (hoje na Full Time), e que retornará à RC Eurofarma no ano que vem. Lucas di Grassi, da RCM Hero Motorsport, uma espécie de segunda equipe do “Meinha” também pode ser um forte aliado. Do lado de Fraga, tem Cacá Bueno, pentacampeão da Stock Car, e mentor de Felipe no começo de carreira. Marcos Gomes, campeão de 2015 e com futuro indefinido na Cimed Racing, já declarou ajuda ao companheiro de equipe. E até Gabriel Casagrande que será piloto da Cimed em 2019 também pode jogar a favor no sentido de tirar pontos de Serra.
Como foi a Stock Car em 2018
Foram 11 etapas até aqui, nove delas no formato de rodada dupla. O campeonato começou em março com a Corrida de Duplas, lá mesmo, em Interlagos, passou por Curitiba, Velopark, Londrina, Santa Cruz do Sul, Goiânia (Corrida do Milhão), Campo Grande, Cascavel, Mogi-Guaçu; retornou a Londrina e Goiânia, até chegar novamente em Interlagos para a 12ª etapa de um total de 21 corridas que teve 9 vencedores diferentes – Átila Abreu, piloto do carro 51, o que mais venceu (4 vezes) todas na corrida 2 de rodadas duplas.
De saída
A Hero, que além de dar nome à Super Final, também investiu pesado como patrocinadora da equipe RCM, anunciou nesta semana que está deixando o automobilismo (além da Stock, o Brasileiro de Marcas e a Porsche Cup) por mudanças de estratégia de mercado. Foram três vitórias nesta temporada, todas com Lucas Di Grassi que estreou este ano e é outro que deixa a Stock Car para se dedicar 100% na Fórmula E (campeonato de carros elétricos) cuja temporada 2018/2019 começa já no próximo final de semana, na Arábia Saudita.