SALÁRIOS

Professores municipais não arredam e querem greve caso salário não seja quitado

Por: João Oliveira | Categoria: Educação | 11-01-2019 10:44 | 7542
Assembleia reunião cerca de 150 servidores da educação municipal e professores se mantiveram firmes em deflagrar greve
Assembleia reunião cerca de 150 servidores da educação municipal e professores se mantiveram firmes em deflagrar greve Foto: João Oliveira

No início da tarde de quinta-feira (10/1), uma reunião convocada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Região (Sempre/Sudoeste) e pelo Sindicato dos Servidores da Educação Pública Municipal de São Sebastião do Paraíso (SindEduc), reuniu cerca de 150 profissionais da educação na Escola Municipal Campos do Amaral para debater a situação do pagamento da categoria. Em reunião passada os professores se manifestaram favoráveis em relação a iniciar uma greve enquanto não for acertado o que o município deve para a classe, e reafirmaram este propósito.

Diversos professores se manifestaram e expuseram suas dúvidas em relação a situação e, também, em relação a provável greve. O presidente do Sempre, Rildo Domingos esclareceu que para estarem amparados pela lei, a greve dever ser convocada pelo Sempre em assembleia geral e acatado pela maioria. A preocupação manifestada pelos professores foi em relação a servidores que receberam e que estão com pagamento regular participarem desta assembleia que acontece no final de janeiro e acabar sendo a maioria contrária a possível paralisação.

Todavia, sobre a discussão que rendeu cerca de duas horas, Cícero Barbosa, presidente do Sind-Educ, esclareceu que mesmo que os demais servidores públicos não abracem a causa, os educadores devem fazer nova assembleia para definir as diretrizes e promover uma greve dos servidores da educação caso salários não sejam quitados.

“Esta reunião convocada pelo Sempre, com apoio do Sind-Educ, apenas reforçou o posicionamento do que foi discutido anteriormente. Na terça tivemos uma reunião com secretários municipais que garantiram que o pagamento do restante do mês de novembro será pago até dia 12 de janeiro e até o dia 22 de janeiro o 13º salário. Todavia, isto não resolve nossa situação porque estaria em aberto o salário de dezembro que venceu no início do mês. No dia 29 iremos decidir em assembleia que só voltaremos às aulas se for pago o valor integral referente ao mês de dezembro”, explica Barbosa.

Para Barbosa, a reunião convocada pelo Sempre mostra uma parceria que tem sido buscada pelo Sind-Educ e que ambos representam a categoria do professores. “Trabalhando juntos, conseguiremos um resultado bom para todo mundo. Todos nós somos servidores”, destaca. Caso a maioria opte por não ter a greve no próximo dia 29, já que a assembleia é geral e envolve todos os servidores públicos municipais, Cícero diz que será convocada nova assembleia para que se ratifique situação de greve somente para os trabalhadores da Educação.

Segundo o coordenador pedagógico, Wanderson Cleiton do Carmo, a situação não tem sido nada fácil. “Hoje a Educação em Paraíso se encontra em um estado lastimável, não encontramos amparo em ninguém. Estamos com salários atrasados e sem resposta de nada. Nosso estado é de greve e não conseguimos ver outro caminho para que possamos ser respeitados dentro do nosso trabalho. A greve é último recurso, já que no Brasil somos a única categoria que precisa repor os dias não trabalhados. Estamos em situação tão lastimável que não enxergamos outra saída”, completa.

De acordo com o presidente do Sempre, Rildo Domingos, reuniões assim têm acontecido com todos os setores e o balanço que ele faz desta com os professores é bastante positivo. “Estamos criando comissões setoriais e este ano há uma grande possibilidade de tudo ser diferente porque a participação do servidor é muito importante, já que essas comissões irão estabelecer as regras, já que no último ano nada foi claro para nós no que se diz respeito a recebimento dos salários. Com essa dedicação e participação dos servidores poderemos resolver muitas coisas” destacou.

Conforme Rildo, no dia 29 acontece assembleia geral da categoria envolvendo todos os servidores e não apenas professores. “Se nesta data nossa situação não tiver regularizada, controlada e não houver planejamento do Executivo Municipal, a assembleia nesta data poderá sim deflagrar uma greve geral, mas não específica. Pode ser que pare apenas um setor, mas a greve é geral. A assembleia é soberana e todos estarão cobertos juridicamente”, completa Rildo Domingos.